domingo, 29 de agosto de 2010

Pé torcido

A vida e suas peças. Ontem, eu havia decidido abandonar o ócio. É que como Júlio está trabalhando em uma campanha política, meus fins de semana têm sido diante da TV. Para mudar esse quadro, decidi voltar para o pacthwork. Mas, infelizmente, não consegui. Como Júlio está com o carro, já que eu não estou dirigindo, estava indo para a estação do metrô quando torci o pé. A dor foi tanta que sentei no chão, no meio do caminho. Ainda assim, teimei e fui. Mas ao desembarcar do metro meu pé direito já estava bem inchado e eu tive que ligar pra Júlio. Fomos para o hospital. Lá enfrentei meu primeiro dilema desta gestação. O médico quis fazer um raio-x pra verificar se houve fratura. Liguei para o obstetra e ele autorizou, desde que protegida com uma manta de chumbo. Mas meu coração não quis. Lembrei da tomografia que fiz antes de saber que estava esperando Maria Júlia e Heitor e quanta angústia isso me causou. Falei com o meu irmão, minha mãe e meu pai. Todos disseram pra eu não fazer. E foi o que eu fiz. Pedi ao médico para imobilizar o pé e só. Ainda evitei tomar remédios, mas depois de uma oito horas de sofrimento, tomei um paracetamol. Agora estou bem, sem dor. O problema é que não poderei colocar o pé no chão por uma semana e ficar sozinha em casa. Dá pra imaginar o sacrifício que é uma simples ida ao banheiro, não é!?!? Mas vai dar tudo certo!!!!!! Ah... minha mãe vem pra cá nodia 15. Uh hu!!!!!!!!!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Dez meses X um mês

Ontem, Maria Júlia e Heitor teriam completado 10 meses de vida. Às vezes, me pego pensando em como seria tê-los em casa, engatinhando pela sala, comendo um big prato de inhame com feijão, com as boquinhas sujas, como eu testemunhei acontecer com Lucas e Ítalo. É... vou ter que esperar um pouco mais para ver essa cena... O bom é que, na mesma data (25), eu vou poder contar a existência do meu novo filhote. É que tenho quase certeza de que ele foi concebido no dia 25 de julho. Como eu sei??!!??! Não, eu não senti nada de anormal na “hora H”, como dizem algumas mulheres. É que eu estava fazendo controle de ovulação por meio de exames de ultrasson, para verificar se havia algo de errado no meu ciclo. No mês anterior, eu já havia feito e se constatou que eu havia ovulado no 10º dia do meu ciclo. Como em julho, o 10º dia caiu em um domingo (25), fiz o exame no 11º e o médico viu que eu já havia ovulado (o que é a tecnologia!!!!). Eu até brinquei: “minha ovulação parece ejaculação precoce, quando eu penso que ela está chegando, já foi!!!!”. Mas eu, que não sou boba nem nada, tomei “minhas precauções” no dia 25. Daí eu ter quase certeza de que a concepção se deu neste dia. Talvez o encontro do óvulo e o espermatozóide (ou óvulos e espermatozóides????) tenha demorado um pouco. Mas isso eu acho difícil descobrir. O fato é que esta semana completo a sexta semana na contagem da medicina e um mês na contagem mais prática. Continuo enjoada e com um pouco mais de sono que o normal. Se é que isso é possível. Mas se não for, é puro charme de grávida. KKKKKK!!!!
Ah! Uma amiga muito querida (Carol Miranda) está esperando trigêmeos. Acho que já comentei isso aqui. O fato novo que ela já sabe que naquela barriga super habitada estão se desenvolvendo três mocinhas: Isabel, Clarissa e Marina. Muito fofo, não?!?!?

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Cinco semanas

Minha gestação está completando cinco semanas. Ou seja, faltam 35 para que eu realize o meu sonho de uma maternidade plena e como a grande maioria das outras. Tempo suficiente para minha imaginação - e de toda a minha família – viajar. A grande curiosidade de todos é saber se será um bebê ou dois. O médico espera que seja um. Mas a torcida de todos é por dois. Acho que a gente se acostumou mal... Confesso que me sentiria muito feliz em usar os dois enxovais juntos, os carrinhos, bebê conforto... Bom, está nas mãos de Deus e nós só saberemos no dia 19 de setembro, quando devo fazer minha primeira ultra. Quero viver cada uma dessas 35 semanas que faltam. Nada de pressa. Já basta de antecipação. Até porque o tempo voa. Na próxima semana, faz dez meses que Heitor e Maria Júlia nasceram. Ainda posso sentir o toque aveluado do cabelinho do meu filho e o cheirinho de pureza da minha filha. Parece que foi ontem. Também lembro exatamente a sensação da Maria Júlia mexendo dentro de mim a todo momento e do Heitor agradecendo cada pedaço de chocolate ou guloseima do gênero. Quanta saudade. O bom é que tenho a oportunidade de viver tudo isso de novo e com a expectativa de um final feliz como eu havia imaginado. A principal marca desta quinta semana foi a intensificação dos enjoos. Nossa... quarta-feira, enjoei da hora em que acordei até a hora em que fui dormir. Mas, assim como na outra gestação, não cheguei “as vias de fato”... Que venham todos os outros sintomas físicos deste milagre de Deus que está acontecendo por intermédio do meu corpo. Que desta vez, eu seja capaz de cumprir minha primeira missão de mãe: gestar. Amém.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sabedoria que vem de Deus

É tão engraçado perceber o bem que a maturidade nos traz... É a mais pura verdade que os anos nos trazem sabedoria. Ao ler o comentário do meu irmão no meu último post, tive essa certeza. Meu irmão é um sábio, um homem de Deus. Quem o conhece de perto percebe quanta sabedoria e discernimento os seus 37 anos de vida lhe trouxeram. As palavras dele me fizeram lembrar as "orações posts" da Luciana e do Woltony. "Pai erga sua mão misericordiosa sobre mim. Molha, mesmo que seja com uma gota de orvalho minha boca. Assim saberei que zelas por mim em todos os momentos de minha vida". Tenho certeza que o meu Macaco reza essas palavras todos os dias, porque ele também precisa de uma bênção. Que bom saber que ele não vai desistir, nem deixar de acreditar na providencia divina. Prova concreta de que ele sente o amor de Deus, apesar das tribulações. Ele tem encarado com muito mais sabedoria que eu os reveses da vida.
Um dos meus sofrimentos sempre foi fazer a minha família sofrer. Sei que meu irmão, minha irmã e meus pais me amam e não queriam me ver chorar. Acho que todos eles pediram tanto que Deus me passou na frente na fila das bençãos. KKKKK!!!! Mas a sua vai chegar meu irmão querido. TE AMOOOOOOOOOOOOOO!
Fiquei muito feliz ao perceber a alegria das pessoas com a minha alegria. É muito bom saber que no mundo não há só maldade. Também há pessoas que nem me conhecem e se compadeceram da minha dor e se alegraram com a minha alegria. Sem falar nas pessoas que me conhecem e torcem por mim desde sempre. Muito obrigada a todos!
Hoje fiz os primeiros exames do pré-natal. Tenho sentido um pouco de enjoo, mas bem pouco. A linha nigra, que não ainda não havia desaparecido, continua aqui, graças a Deus!!!!!!!!!!!

sábado, 14 de agosto de 2010

Chega de tristeza

Acho que chegou o momento de deixar de ser triste. Estou grávida. Uh hu!!!!!!!!!!!!! O engraçado é que espalhar essa notícia sempre foi o objetivo deste blog. Pelo menos eu pensava que era. No entanto, quando fiz os exames em que constatei o milagre de Deus em mim, decidi não contar. Acho que com medo do ditado que diz “alegria de pobre dura pouco”, sei lá... Então, eu e Júlio resolvemos que só iríamos contar quando estivéssemos com três meses. Mas não deu! Primeiro porque a alegria é grande demais pra ficar guardada dentro do meu peito. Segundo porque não seria justo com todos os amigos que torcem por mim e acompanham o blog. E, terceiro, porque meu irmão está cansado de ver posts tristes e disse que se eu não contasse, ele contaria. KKKKKK!!!! Então, “macaco”... em sua homenagem eu grito para quem quiser ouvir: ESTOU GRÁVIDA. Louvado seja Deus!!!!!!!
É verdade que terei que percorrer uma longa jornada para ter meu bebê em meus braços. Mas é um alívio sentir que Deus ouviu o meu clamor! Tenho fé de que tudo dará certo desta vez. Era de se esperar uma gravidez totalmente neurótica, depois de tudo o que eu vivi. Mas até que estou conseguindo me controlar. Mudei algumas rotinas, não estou dirigindo, nem indo ao patchwork. Mas, graças a Deus, não estou apavorada.
Hoje, tive minha primeira consulta pré-natal. Escolhi o Dr. Alberto Zaconeta. Ele é especialista em gravidez de risco e, por coincidência, irmão do neonatologista que acompanhou Maria Júlia e Heitor na UTI. Dr. Alberto me foi indicado pela minha ex-terapeuta por ser um bom profissional e muito sensível a dor de casais que viveram perdas. A consulta foi exatamente como desejávamos. Ele não fechou o diagnóstico de IIC. Portanto, pretende avaliar o colo do útero no decorrer da gestação para verificar se a cerclagem será necessária ou não.
Para ele, eu posso ter uma tendência a partos prematuros e, nesse caso, o tratamento não será a cirurgia. Era isso que eu queria ouvir. Assim como Dra. Catarina, de Recife, ele pretende investigar. O meu medo em relação aos médicos que fecham o diagnóstico em IIC é não tratar um outro problema. Me sinto mais segura com um médico que quer avaliar. Sem falar que ele é realmente o “docinho” que a Flávia disse. Estamos com quatro semanas. Portanto, não fizemos ultrasson ainda. Segunda-feira vou fazer os exames de laboratório.
Bom... acho que agora sim posso dizer: “Recomeço aqui a minha luta pela maternidade”!!!!!!
Que Deus nos guie nesta caminhada.

domingo, 8 de agosto de 2010

Oração

Sempre acreditei que cantar é rezar duas vezes. Acho que é porque alguns compositores são verdadeiramente inspirados por Deus e conseguem traduzir em palavras aquilo que se passa no nosso coração. A cantora gospel Aline Barros vez por outra me emociona com suas músicas. "Recomeçar" é uma dessas belas canções que soam pra mim como verdadeiras orações. Como estou com vontade de rezar, aí vai a letra:

Pai tá difícil manter o caminho
Tenho andado em meio a espinhos
Nem sempre é tão fácil acertar
Pai, emoções descalçam os meus pés
Me roubando em meio a cordéis
Que me enlaçam em minhas fraquezas
Pai, eu nem sei o que te falar
Mas, eu quero recomeçar
Me ajuda nesse instante

Preciso da Tua mão
Vem me levantar
Faz-me Teu servo, Senhor
Me livra do mal
Quero sentir o Teu sangue curar-me
Agora meu Senhor, vem restaurar-me

Preciso da Tua mão
Vem me levantar
Faz-me Teu servo, Senhor
Me livra do mal
Quero sentir o Teu sangue curar-me
Agora meu Senhor, vem restaurar-me

Pai tá difícil manter o caminho
Tenho andado em meio a espinhos
Nem sempre é tão fácil acertar
Pai, eu nem sei o que te falar
Mas eu quero recomeçar
Me ajuda nesse instante

Preciso da Tua mão
Vem me levantar
Faz-me Teu servo, Senhor
Me livra do mal
Quero sentir o teu sangue curar-me
Agora meu Senhor, vem restaurar-me

Preciso da Tua mão
Vem me levantar
Faz-me Teu servo, Senhor
Me livra do mal
Quero sentir o Teu sangue curar-me
Agora meu Senhor, vem me restaurar

Preciso da Tua mão
Vem me levantar
Faz-me Teu servo, Senhor
Me livra do mal
Quero sentir o teu sangue curar-me
Agora meu Senhor, vem restaurar-me
Agora meu Senhor, vem restaurar-me.

Aí vai também o link:
http://www.belgicagospel.com/video-evangelico/restaurar_me/aline_barros/louvor

sábado, 7 de agosto de 2010

Ser contente outra vez

"Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez'".

As frases são de Caio Fernando Abreu e me foram apresentadas pela minha amiga Natália Duprat, aqui mesmo neste blog. As palavras soam como verdade absoluta, embora nos momentos de dor pareça impossível pensar em ser feliz. Já se passaram nove meses da minha dor... Espero que já seja hora de ser "contente outra vez"!!!!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Relembrar é viver...

Desde ontem um misto de emoções me invadiu. Estou tentando não racionalizar muito, mas às vezes todo o meu esforço não é suficiente. Estou prestes a completar mais um ciclo. Isso por si só já mexe muito comigo. Pra completar, recebi um telefonema que me trouxe “boas” e “más” notícias. A Keila me ligou para contar que está grávida novamente. Ela e o Juliano “perderam” o primeiro filho deles ano passado, depois de uma complicação no parto. Perderam entre aspas porque como me disse a minha tia Rita “não perdemos aqueles que entregamos para Deus”, embora essa seja a sensação. A Keila e o Juliano representam a minha primeira experiência com a dor de pais que vêem seus filhos partirem. Lembro que chorei compulsivamente por quase uma hora ao saber do acontecido. Já queria muito ser mãe e me dei conta de que nem sempre a maternidade é feliz. Além disso, esse casal foi de enorme valia durante os dias que se sucederam a morte de Maria Júlia e Heitor. Eles sempre se mostraram muito solícitos e solidários a nossa dor. Sabia que ela temia que uma de nós ficasse grávida de novo antes da outra. É humano. Aliás, acho que da última vez que nos vimos, em maio, ela já estava grávida e não quis me dizer. Entendo. Também me sentia desconfortável ao encontrá-la quando estava grávida, meses depois de ela ter que “entregar” o Daniel. Mas, sinceramente, não me incomodo em conviver com grávidas. O que me faz sofrer é EU não estar grávida. Mas além de me contar sobre a sua gravidez, a Keila também me contou sobre a morte da filhinha de um casal que fez encontro ano passado. Isso sim me fez sofrer. Quis me controlar para não questionar. Então me “afoguei” na TV. Assisti uma temporada inteira de “Sex and City” para não pensar. Mesmo assim, quando fui deitar, às 2h da madrugada, fiquei horas sem conseguir dormir, lembrando do dia 9 de novembro de 2009 e me compadecendo da dor dos pais dessa menininha. Pelo nome, nem lembrei quem era o casal. Mas decidi ir ao velório para demonstrar minha solidariedade. Júlio não quis ir. Aliás, ele nunca mais voltou lá. Chegando lá reconheci os rostos a quem eu tanto servi biscoitos, trabalhando na equipe do cafezinho. Fiz questão de abraçá-los e chorei. Mais uma vez fim um pedido a Heitor e Maria Júlia. Pedi que eles recepcionassem a Suellen. Ela nasceu com uma síndrome rara e segundo os médicos viveria no máximo três anos. Ela viveu dois anos e onze meses. Os pais já haviam “perdido” um filho aos três meses, em função da mesma síndrome. Portanto, sabiam o que poderia acontecer, mas não deixaram de chorar ao se despedirem da sua pequenina. Agora, eles têm uma mocinha de 13 anos. Chorei com eles. Depois fui visitar o túmulo dos meus filhos. Fiquei uma meia hora lá, sentada sobre a grama, pedindo a Deus que me ajude a aceitar a vontade dEle. Quase no fim, um pessoal, acho que um grupo de evangélicos, veio e cantou uma música belíssima para mim. Não me lembro exatamente as palavras. Mas só pude responder uma coisa: Amém!