sábado, 5 de junho de 2010

Inconstância

Desde que meus filhos nasceram, encaro cada dia de uma forma.Há dias em que estou esperançosa. Mas, há outros em que a incompreensão toma conta da minha alma. A minha única companhia constante é a tristeza. Essa habita meu coração desde aquele 9 de novembro de 2009. Já tentei refletir, pedir a Deus discernimento... Mas nada funciona. Por isso, desisti da terapia. Não acredito que iria conseguir avançar. A minha impressão era que, a cada passo a frente, eu retrocedia cinco. Tenho preferido o patchwork. O grupo é uma outra forma de terapia. Cada uma daquelas mulheres tem uma história, uma dor... Mas lá raramente se fala disso. Uma tenta animar a outra numa forma de solidariedade silenciosa. Tenho me afundado na costura. Já fiz três colchas... Pra quem nunca tinha pego em uma máquina de costura... Sempre me disseram que a separação é muito comum entre casais que perdem filhos. No entanto, não acreditava que o meu casamento estivesse ameaçado. Eu e Júlio estivemos tão próximos nos momentos mais difíceis... Mas agora entendo o porquê de tantas separações em casos como os nossos. É que o sofrimento é tanto que a gente fica sem forças, sem saco para os defeitos do outro, sem vontade de ser tolerante. E o pior, não se importa com o que o outro pensa, se o outro também está cansado... Acho que é isso. Pelo menos é isso o que eu estou sentindo. Espero que seja só uma fase...

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