sábado, 25 de dezembro de 2010

Feliz Natal!!!!!!!!!


Ho, ho, ho! Feliz Natal!!!!

Esse foi o segundo Natal que passamos em Brasília, longe de nossas famílias. Mas, ao contrário da primeira vez, não senti tristeza. É claro que adoraria estar com meus pais e irmãos. Aliás, estou contando os minutos para a chegada deles amanhã. O fato é que, dessa vez, a minha "micro" família me bastou. Preparamos a ceia, fomos à missa e ceiamos juntos: eu, Júlio, João Miguel, Heitor, Maria Júlia e Jesus. Pensando bem... minha família não é tão micro assim...

Na hora da ceia, fizemos o seguinte brinde: que esta seja a última ceia tranquila. Que no próximo ano, estejamos bem ocupados cuidando de João Miguel e sem poder nos dedicar inteiramente às rabanadas!!!! O mesmo desejo para minha amiga Carol e seu marido Marcelo, para minha prima Vanessa que está grávida de seis semanas e meu irmão e minha cunhada. Melhor... desejo isso para todos os casais que gostariam de ser pais. Que a Sagrada Família se reproduza em cada lar!!!! Que a exemplo do menino Jesus, bebês venham encher de alegria nossas vidas!!!

Mais uma vez lembro das palavras que me foram ditas pela minha amiga Nathalia: tudo passa!!!! Ano passado, minha vida estava devastada. As lágrimas jorravam dos meus olhos sem que as conseguisse conter. A dor pela tragédia que se abateu sobre minha família parecia que não ia ter fim. Mas estou achando que a dor está começando a ser substituída pela saudade. Acho que é o efeito João Miguel. Não dá para negar que a vinda dele é uma prova do amor de Deus por mim, por mais que eu continue sem entender porque terei que viver sem Heitor e Maria Júlia. Mas estou conseguindo "guardar no coração" essa minha falta de entendimento.

A verdade é que estou super empolgada para preparar a chegada do meu pequeno. Tive extremo prazer de montar a árvore de Natal, pensando nele. Já planejei cada detalhe do quartinho. Agora em janeiro vou me dedicar a costurar o kit de berço. Vou me esforçar para que fique lindo!!!

Ah!!! Clarissa e Isabel já estão mamando no peito e devem ir em breve pra casa se Deus quiser!!!!

É a vida que se renova! Feliz Natal!!!!!!!!!

sábado, 18 de dezembro de 2010

Mix de sentimentos

Medo, alegria ,ansiedade, realização... Tenho vivido um misto de sentimentos. Na última sexta-feira, completamos 23 semanas de gestação. A cada dia sinto João Miguel mais concretamente, com suas mexidas vigorosas. Estou apaixonadíssima pelo meu filhote. Aí vem o medo da perda. Estou às vésperas de completar a trajetória trilhada com Heitor e Maria Júlia. Entro em pânico toda vez que penso que as coisas podem mudar de repente como aconteceu da outra vez. Vivo entando racionalizar as sensações na tentativa de descobrir se algo está errado. Ao mesmo tempo quero ser confiante e curtir a gestação. Nem sempre consigo, mas me esforço.

Estou contando os dias para minha mãe chegar. Ela vem passar o ano novo com a gente. Meu pai e minha irmã também virão. Acho que vou me sentir mais segura com eles por aqui...

Neste Natal, além de agradecer a Deus pela vida do meu filhotinho, vou agradecer pela "restauração" da vida de Clarissa e Isabel, filhas da minha amiga Carol. Elas continuam na UTI, mas estão se desenvolvendo bem. Esperamos que elas possam logo ir para casa e serem felizes enfim!!!!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

"Olha nós aqui travez"

Ando um tanto quanto relapsa na atualização do blog. Mas é proposital. Estou me concentrando mais em sentir do que pensar. E tem dado certo. Está sendo maravilhoso sentir João Miguel mexendo dentro de mim. Ele já tem praticamente todo o enxoval, herdado de Heitor. Mas sempre que entro em uma loja de roupinhas de criança, não resisto. Saio com pelo menos um bodyzinho. Minha mãe diz que João Miguel vai ter que usar três roupas por dia para dar conta de usar tudo. Não estou nem aí. Meu filho vai ser fashion. Pra tentar evitar o desperdício, estou comprando roupinhas maiores agora.

Ainda no campo do planejamento da chegada de João Miguel, em janeiro, pretendo começar a fazer um kit de berço novo. O tema deve ser selva e eu mesma irei fazer com a mulherada do patch. Quero que fique lindo. Por enquanto, estou fazendo necessaires para dar de lembrancinha de Natal.

Por falar em Natal, minha casa já está preparada para as festividades. Graças a Deus, minha alma está bem mais leve do que no ano passado.Sem falar, que minha família vem pra cá na semana do Ano Novo. Então, estou na contagem regressiva...

Essa semana, tenho consulta. Por mim, eu ia todas as semanas. Estamos todos com muito medo. Qualquer coisa que eu sinto, é uma tensão. Mas até agora está tudo bem e vai continuar assim, com a graça de Deus. Na próxima semana, eu devo fazer a morfológica do segundo trimestre e já vou estar com 23 semanas.

Bom pra encerrar, segue uma fotinha minha e do meu maridinho em "traje de gala". Até que a barriga ficou grandinha, por este ângulo!!!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Enfim Pirenópolis...


Atendendo a pedidos, aí está uma foto de João Miguel no meu bucho. Ela foi tirada durante no feriado de 15 de novembro. Dentro do meu esforço de buscar a felicidade, decidi passar o feriado em Pirenópolis (GO) com Júlio.

Sempre quis conhecer essa cidadezinha que é point dos brasilienses. Valeu a pena. A pousada era bem charmosa e confortável. O problema é que a água da piscina era gelada. Então só entrei neste dia da foto.

Como todo o passeio que se preze, o fim de semana também teve a sua face "programa de índio". É que Pirenópilis tem várias cachoeiras, o que definitivamente não era o meu foco. Mas acabei ficando com pena do meu maridinho que como a maioria dos homens adora AVENTURA.

Bom... para atendê-lo escolhi a cachoeira mais próxima. Havia entendido que andaria 300m após descer do carro. Mas na verdade, o percurso era de 1.300m em uma trilha cheia de pedras, subidas e descidas. Ou seja, me arrependi profundamente. Sem falar que não tive coragem de entrar na água gelada. Trocando em miúdos: só fiz andar e meu pé torcido doeu mais do que nunca!!!!

Apesar de tudo, somando os prós e os contras, acho que valeu e não vejo a hora de voltar a Pirenópolis com João Miguel nos braços!!!

PS. Queria que esse post fosse só alegre, mas não dá. É que ontem revivi minha dor. Minha amiga Carol ligou para dizer que umas das suas guerreirinhas, a Marina, não resistiu a uma infecção e partiu. Senti a dor dela. Agora nos resta rezar para que João Miguel possa ser amigo de Clarissa e Isabel aqui na Terra. Porque Marina já está com Heitor e Maria Júlia no céu. Amém!

domingo, 7 de novembro de 2010

A vida se renova

No último dia 4, nasceram as trigêmeas Marina, Clarissa e Isabel. O repouso feito pela minha amiga Carol não foi suficiente para conter as pequenas. Aliás, foi. Elas ganharam mais duas semanas e quatro dias, se não me falha a memória. Resultado: todas nasceram com mais de um quilo o que já é uma excelente partida. Elas estão na UTI do Hospital Português, em Recife. Ontem, elas começaram a tomar o leite materno. Toda a família está bem otimista. Me junto a eles nas orações e na corrente positiva.

Obs. Decidi. Celebrei hoje uma missa na intenção do primeiro ano de falecimento de Heitor e Maria Júlia

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Contagem do tempo

Uhu! Praticamente, uma semana sem chorar!!! Esse é sem dúvida um dos meus recordes. Tenho conseguido não me concentrar nos momentos de dor vividos com os meus pequenos. Mas também é verdade que às vezes eu não consigo.

Sábado, fui à festinha de um aninho de Vitória, filha de Cristina, uma amiga do trabalho. Estávamos grávidas juntas. Planejamos fazer o chá de fraldas juntas. Mas no dia marcado eu já estava internada e não fui. O fato é que Vitória nasceu dois dias antes de Heitor e Maria Júlia morrerem (a festinha foi antecipada). Logo, o momento tinha tudo para ser difícil só por isso. Mas eu, por incrível que pareça, não pensei na minha dor. Me concentrei nas guloseimas... Até que inventei de conversar com uma menininha, uma mulatinha linda e estilosa, que eu logo pensei que poderia ser minha filha de tão peruinha que ela é. Aí veio a bomba. O nome dela é Maria Júlia. Meus olhos se encheram de lágrimas na hora. Definitivamente, não entendo esses sinais de Deus, se é que são sinais...

Por fim, hoje amanheci pensando nos meus pequenos. É impossível não relembrar tudo. Ano passado eu estava lá, me esforçando para visitar meus filhos, mesmo operada. Lembro que eu e Júlio almoçamos no carro para não perder tempo voltando para casa. Por ser feriado, estava tudo meio deserto e a entrada para o hospital que fica perto do estacionamento estava fechada. Então eu tinha que fazer malabarismos para não fazer xixi nas calças, porque não conseguia conter a vontade até dar a volta no prédio. Isso é que foi resguardo.

Para completar, o cemitério fica quase ao lado do hospital. Então eu rezava para que eu não tivesse que entrar lá. Mas não foi isso o que aconteceu, né?!?! De lá pra cá já entrei naquele cemitério pelo menos umas seis vezes. Neste feriado, atendi o pedido da minha mãe e não fui. Mas estou aqui, pensando neles. Pensando também se João Miguel será lindo como Heitor ou será a cópia perfeita do pai como era Maria Júlia. O fato é que sexta-feira, completamos 16 semanas de gestação, ou seja, quatro meses. Não vejo a hora de abril chegar e ter o meu filhotinho em meus braços!!!!! Ah! Ele já está mexendo. Uma delícia! E amanhã, faremos nova ultrasson para matar as saudades....

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Pensando em João Miguel

Decidi pensar mais no meu pequeno. Ontem, vivi momentos de angústia. É que constatei que as cólicas que eu vinha sentido há alguns dias são contrações. Nossa, que medo que algo ruim tivesse acontecido. De um encurtamento repentino do colo que me obrigasse a uma cerclagem de emergência.

Só Dr. Alberto conseguiu me acalmar. Ele me examinou e constatou que está tudo bem. Na avaliação dele, esses sintomas são consequência do estresse dos últimos dias. Opinião compartilhada pela Dra. Catarina (médica que me acompanha informalmente de Recife) e por toda a minha família.

Hoje, um amigo me disse uma coisa que me fez refletir. "Pense em reviver esse momento de dor, um ano do nascimento de Heitor e Maria Júlia, sem essa dádiva da gravidez"... É verdade. Como foi ruim passar o dia das mães sem uma esperança.

Diante dessa reflexão percebi o quão grande é a minha responsabilidade com João Miguel. Tenho que pensar no meu pequeno e me cuidar para cuidar dele. É isso que eu vou fazer. Já basta a minha amiga Carol, a grávida de trigêmeas. Ela está com 26 semanas e teve um encurtamento do colo. Por isso, está de repouso total. No caso dela se justifica. É uma gravidez múltipla. No meu caso não. Como diz ditado "tenho que parar de procurar sarna para me coçar"!!!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sofrendo de novo

Há um ano, eu estava juntando todas as minhas forças, na tentativa de dar o meu melhor para os meus filhos, verdadeiros guerreiros que haviam nascido horas antes. Obedeci minuciosamente todas as recomendações das enfermeiras para que nada pudesse me impedir de estar na primeira visita a Heitor e Maria Júlia na UTI Neonatal. E assim eu fiz. De cadeira de rodas eu fui ver com meus próprios olhos aqueles bebezinhos tão pequenininhos lutando.

A partir daí, deixei de ser protagonista para ser uma mera espectadora. Totalmente impotente. Me dói lembrar as vezes em que vi lágrimas correrem dos olhinhos da Maria Júlia ou da vez em que ela tentou inutilmente retirar o respirador com as próprias mãozinhas. Ou ainda, da reviravolta que acontecia nos batimentos cardíacos de Heitor quando ouvia a nossa voz. Meu filho pedia socorro. Queria a minha proteção. Proteção que eu não consegui dar.

Nesse fim de semana, revivi momento por momento o início do meu pesadelo. Os sangramentos noturnos e as idas em vão ao hospital. Lembro de tudo como se fosse hoje. Lembro principalmente da minha coragem. Tirando o momento em que vi a enfermeira levando Maria Júlia se debatendo toda roxinha, não chorei. Nem ao vê-los com todos aqueles aparelhos na incubadora. Dei ali a minha maior demonstração de fé. Tinha certeza de que era só esperar que tudo daria certo. Acreditava que depois da tempestade viria a bonança e que seriamos felizes.

Hoje deveria ser dia de uma grande festa na minha família. Não tive o direito de sonhar com o tema da primeira festinha. Seria da Turma da Mônica como foi a minha? Ou seria do Backyardigans ou outro personagem infantil da moda? Não sei.

Sei que sonhei muitas vezes sair de manhã para trabalhar, levá-los para a escolinha e descer com eles no colo, um de cada lado da cintura e entregá-los cheia de orgulho às professoras. Não vou viver isso. Como dói, meu Deus.

Infelizmente, nem João Miguel consegue aplacar essa dor. Pelo contrário. Esse meu sofrimento só aumenta o meu medo de que algo de ruim aconteça. Não seria capaz de enfrentar tudo com a mesma coragem. Disso tenho certeza. Agora sei que meu clamor pode não ser ouvido e isso é aterrorizador.

Acho que até o próximo dia 9, essa angustia não dará trégua ao meu coração. Por mais que eu não queira questionar, essa pergunta não sai do meu peito: por que Deus não me livrou dessa dor? O pior é saber que agora é tarde. Nada vai mudar tudo isso. Tenho fé de que a chegada de João Miguel vai me trazer de volta a felicidade. Uma felicidade diferente, mas uma felicidade. Pena que não vou poder dizer: VENCI. Isso, talvez, só quando estivermos todos reunidos... Até lá, acabar com essa mágoa que me amargura o coração já seria uma grande vitória.

sábado, 16 de outubro de 2010

Revelação.....

É um menino! Mais uma vez meu maridinho acertou! João Miguel é o bebê que está sendo gestado em meu ventre. Completamos 14 semanas ontem e fomos ao médico hoje. Dr. Alberto disse que só se pode ter certeza do sexo com 16 semanas, mas pelo o que ele viu, é um menininho. É muito legal acompanhar toda a evolução e agora poder conversar com o meu filhote, chamando-o pelo nome!!!! Estamos muito felizes. A preferência por menina do pai e da avó foi suplantada pela revelação de João Miguel.

Mas Júlio já avisou? Quando João Miguel nascer, a gente começa a planejar a chegada de Sarah!!!! Animado, não?!?! Mas no que depender de mim, vamos colocar esse plano em prática, sim. Não vejo a hora de ver minha casa cheia de alegria, cheia de crianças, se Deus quiser!!!!

Assim que saímos do médico fomes direto comprar um presentinho para o nosso filhote, um lindo macacão, bem sapeca. Ana Flávia já havia dado presentinhos from Canadá. Entre eles, uma camisinha azul. Acertou em cheio! O outro é um body em que “meu filhote declara” seu amor pela avó e a certeza do amor dela por ele. Minha mãe amou. Eu também.

Agora já estou planejando com minha amiga Con o tema da decoração do quarto. Estou contando com um mutirão da mulherada do pacth para dessa vez fazer com minhas próprias mãos o kit de berço do meu filhote. Não vejo a hora de colocar a mão na massa!!!!!!!!!!!

domingo, 10 de outubro de 2010

Reflexões que povoam a minha cabeça

Ana Júlia. Este é o nome do menor bebê que já nasceu no Brasil e sobreviveu. Ela agora está com cinco meses e pouco mais de dois quilos. Quando nasceu com 24 semanas de gestação tinha 350grs e a mãe teve eclampse. Uma história parecida com a de Paulina e Mateus e vitoriosa como a deles.

Parece que notícias como estas me perseguem. E doem. Claro que eu me alegro com a vitória dessa guerreirinha e da sua mãe. Sei exatamente como é a aflição de uma mãe que deixa um filho em uma UTI e tem que ir para casa ou aguardar em uma salinha um bebê tão pequeno passar por uma cirurgia. Ana Júlia passou por uma cirurgia no coração. Dá para imaginar o desafio dos médicos?!?! Mas não consigo deixar de lamentar o fato de os meus filhos não terem conseguido... Fico pensando: eles tinha o dobro do peso da Ana Júlia e não deu certo. Ela só tomou leite materno depois de um mês. Eles tomaram com três dias... Inevitável não comparar as histórias, os procedimentos médicos e os desfechos.

Para piorar, a infecção dos hospitais de Brasília por uma bactéria super resistente já é notícia nacional. Aí volta aquela história na minha cabeça. Meus filhos não tinham nenhuma má formação e estavam enfrentando bem a guerra contra a prematuridade até serem acometidos por uma infecção que nenhum antibiótico conseguiu eliminar... Será que eles foram as primeiras vítimas dessa bactéria?????

Completando os motivos que me levam a reflexões, ontem, fez onze meses da morte de Heitor e Maria Júlia. Vejo amigas que estavam grávidas na época planejando a festinha de um aninho dos seus pimpolhos e me pergunto: vou mandar celebrar uma missa de um ano de falecimento? Não sei.

É tudo muito doído. Vivo pedindo desculpas para o filhote que estou gerando por não conseguir ser feliz plenamente. Vez por outra me pego chorando. Pra ser bem sincera, quase todos os dias, pelo menos uma lágrima rola dos meus olhos. Como diz a música, “minha alegria é triste”.

Mas que ninguém imagine que Heitor e Maria Júlia têm mais importância do que esse novo bebê na minha vida. Não. O “problema” é esse. Com esse bebê, eu tenho uma perspectiva de vida feliz. Enquanto que com os meus primogênitos eu só tenho saudades... Confesso que acho que estou entrando na fase do medo de verdade. Tenho medo de que algo aconteça. Não aguento mais sofrer. Pensar que algo de ruim pode acontecer me enche de pavor. Queria ir ao médico todas as semanas, que a barriga crescesse muito e que os dias passassem logo para começar a sentir o meu filhote... Mas as coisas não funcionam assim. Estamos iniciando a 14ª. semana e no próximo sábado eu irei para uma nova consulta. Que até lá Deus me dê serenidade e cuide muito bem desse bebezinho que Ele me “emprestou”! Amém!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Menino ou menina????????

Estamos na 13º semana de gestação. Pelo o que dizem os manuais de gravidez , é nesse período que os enjoos param. Mas até agora nada. Continuo enjoando. Mas tudo bem! Na semana passada, fiz a ultrasson morfológica de primeiro trimestre. Em tese esse exame é meio tenso. É através dele que os médicos mensuram a probabilidade de má formações e de síndromes como a de Down. Mas confesso que não fui pensando muito nisso, graças a Deus. Claro que na hora H dá um friozinho na barriga... Mas está tudo certo com o meu filhotinho. Ele está (estava) medido 7cm e 54gr. Dá pra imaginar????? Pior (ou melhor) é pensar que apesar do tamanho, várias estruturas do organismo já se desenvolveram. Coisa de Deus mesmo. Foi muito bom vê-lo de novo. Dessa vez, mais quietinho. Só fez uma performance de “street dance” para encantar os pais. A médica bem que tentou chutar o sexo, mas não conseguiu. Júlio garante que é um menino, o nosso João Miguel. Esse se livrou da sina do “César”. É que Júlio é César e colocou o nome no primeiro filho, Sylvio César, e no segundo, Heitor César. Graças a Deus, consegui tirar essa obsessão da cabeça do meu maridinho. Se for menina, o nome também já está escolhido: Sarah Beatriz. Agora a obsessão é minha. Adoro nomes duplos. Sei que nem todos combinam entre si. Sarah Beatriz é um dos que não agradam a todos. Mas pra mim é perfeito. Estava explicando para minha amiga Macelle que imagino chamá-la de Sarah B, acho que por influência da sonoridade do nome da grife Clara B. Não tem cara de nome de escritora?!?!?! O fato é que sem nenhuma demagogia, menina ou menino, esse bebê já me faz muito feliz. Meninas são fofas, doces e nos permitem “brincar de boneca”. Mas sempre ouvi dizer que os meninos são apaixonados pelas mães, nada mal não é?!?!?! Quanta besteira. Mas confesso que quando Heitor e Maria Júlia estava na UTI, eu gastava preciosos minutos das visitas diárias convencendo-os de que ela deveria ser minha melhor amiga e ele apaixonado por mim. Queria que eles sentissem por mim, o mesmo amor que eu “tinha” por eles. Esse novo bebê vai “sofrer” com o amor acumulado, embora não exista nenhum risco de o lugar dos meus primogênitos nesse coração de mãe ser ocupado....

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Viva a tecnologia!!!!!!!!!!!!

Ultrassom é tudo de bom na vida de uma mãe. Por mais, que a gente fique enjoada, veja a barriga crescer e a linha nigra escurecer, nada dá tão real noção do desenvolvimento do bebê que uma ultrassonografia. Na consulta do último sábado, fiz a primeira ultra exclusiva para o meu filhote. É mágica a sensação de vê-lo se mexendo dentro da minha barriga e ouvir os batimentos acelerados daquele microcoraçãozinho. Nossa, é maravilhoso... Entendo completamente as mães famosas que compram aparelhos de ultrassom para ver seus filhotes quando quiserem. Eu faria uma por dia pelo menos. Minha mãe ficou toda boba de ver o netinho todo “serelepe” se desenvolvendo. Melhor ainda foi saber que estou com 10 semanas de gestação e não nove como eu imaginava e que o bebê está totalmente dentro dos padrões, assim como o colo do meu útero. Dr. Alberto pretende medi-lo mensalmente para ver se ocorre alguma alteração que indique a necessidade da cerclagem. Caso isso não ocorra, o que é a nossa torcida, continuarei usando a progesterona até o final da gestação para evitar contrações e relaxar o útero, evitando um parto prematuro. Os procedimentos previstos pelo Dr. Alberto são os mesmos indicados pela Dra. Catarina de Recife, que é amiga do meu irmão, e continua me acompanhando via e-mail. Outra coisa boa é que no dia 30 vou fazer outra ultra, a morfológica de primeiro trimestre, mais uma oportunidade de ver meu bebezinho. Sem falar que estarei completando 12 semanas, período em que normalmente os enjoos passam. Nada mal... Fora isso, estou aproveitando os últimos dias da estada da minha mãezinha querida comigo. É muito bom ter o carinho dela. O problema é que ela “assume” a minha casa e eu me sinto um tanto quanto culpada de estar dando trabalho para ela. Mas isso é amor... e eu também a AMO MUTO!!!!!!!!!!!!!
Obs.: Minha amiga Macelle fez um protesto porque no último post eu disse que Magda é minha musa inspiradora. Não retiro o que eu disse, mas quero explicar o porquê da minha admiração. Amo muito todas as minhas amigas, que são na verdade irmãs que ganhei ao longo da vida. Mas a Mag é a minha musa porque ela enfrentou o sofrimento com otimismo, não abriu mão da sua felicidade e lutou com todas as forças, sem lamentações, para ser feliz novamente. Por isso, tenho muito o que aprender com ela!!!!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Fazendo contato

Depois de dias de silêncio, estamos de volta, eu e meu filhote. Ando aproveitando o dengo da minha mãe querida mãezinha que veio passar uma semana comigo para compensar os dias turbulentos pelos quais passei. É... várias coisas aconteceram. Uma semana depois de ter torcido o pé, senti uma dor horrível no estômago e fui bater no hospital. Diagnóstico: pedras (muitas delas) na vesícula. Em consequência disso, tive vários dias de febre. Como se não bastasse, tive um derrame no olho de causa não identificada. O fato é que tudo isso, no início da gravidez, longe da família e com o marido trabalhando muito, ASSUSTA. Mas agora tudo passou. Estou sendo acompanhada por um cirurgião, além do obstetra. A ideia é cuidar da alimentação para evitar uma cirurgia de urgência. Queremos deixar para entrar na faca depois do parto, se Deus quiser. O bom disso tudo é que quando fiz a ultra que diagnosticou as pedras, a médica foi boazinha e olhou o útero. Lá estava meu filhotinho – ISSO MESMO, UM SÓ – e seu coraçãozinho pulsando vigorosamente. Foi ótimo. Além de não ter feito nenhuma ultra até então, quando você passa mal, mesmo que aparentemente não tenha nada a ver com a gestação, a gente só quer saber como está o bebê. Foi um alívio e uma alegria... Tudo bem que não são dois como eu sonhava. Mas tem UM que é muito desejado. Isso deu uma revigorada. Principalmente, porque eu vinha de uns dias bem deprê. É que por mais que eu esteja feliz com a nova gravidez, a ausência de Heitor e Maria Júlia ainda dói. No último dia 9, fez 10 meses que eles se foram. Dá pra imaginar como eles estariam fofos?!?!? Nossa dói só de pensar!!!! Mas é isso, né?!?!? O consolo é ter uma nova chance de viver essa alegria. Amanhã, vou para a consulta do pré-natal. A expectativa é fazer a primeira ultra pra valer!!!!!!!!! Uh hu!!! Então, xô deprê! Até porque também tenho que comemorar o fim do tratamento da minha amiga e musa inspiradora, Magda Helena de Amorim Mendonça!!!! Louvado seja Deus!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Pé torcido 2

Quarenta e oito horas. Esse foi o tempo que eu suportei a tala colocada para imobilizar meu pé torcido. Juntou o esforço de estar em casa sozinha tendo que me locomover sem colocar o pé no chão, a pressão que a tala estava fazendo na "batata" da minha perna e o medo de uma trombose... Com tantos ingredientes, dei a doida e tirei a tala. Acho que foi bom. Pouco tempo depois percebi que o pé desinchou um pouco. Agora quase não está mais inchado, só roxo e doendo bastante para pisar. É verdade que ainda estou insegura com o futuro... será que isso não vai complicar depois!??!!? Tomará que não. Estou bem aliviada sem a tala que pesava muito e me impedia de andar pela casa. Agora, fora a dor no pé, os enjoos e o mal estar que começa quando eu acordo e pára quando eu durmo... está TUDO ótimo. Sério... não estou reclamando. Estou super feliz porque minha amiga Magda está na reta final do seu tratamento de radioterapia que tem sido muito doloroso. Mas, a perspectiva do fim, deu a ela um novo ânimo. Estamos na contagem regressiva. 2010 será um ano marcado pelos milagres, primeiro Mateus, depois Magda, Carol, agora eu e para coroar minha cunhada e minha amiga Con... Estou contando com isso, Jesus. Amém!!!!

domingo, 29 de agosto de 2010

Pé torcido

A vida e suas peças. Ontem, eu havia decidido abandonar o ócio. É que como Júlio está trabalhando em uma campanha política, meus fins de semana têm sido diante da TV. Para mudar esse quadro, decidi voltar para o pacthwork. Mas, infelizmente, não consegui. Como Júlio está com o carro, já que eu não estou dirigindo, estava indo para a estação do metrô quando torci o pé. A dor foi tanta que sentei no chão, no meio do caminho. Ainda assim, teimei e fui. Mas ao desembarcar do metro meu pé direito já estava bem inchado e eu tive que ligar pra Júlio. Fomos para o hospital. Lá enfrentei meu primeiro dilema desta gestação. O médico quis fazer um raio-x pra verificar se houve fratura. Liguei para o obstetra e ele autorizou, desde que protegida com uma manta de chumbo. Mas meu coração não quis. Lembrei da tomografia que fiz antes de saber que estava esperando Maria Júlia e Heitor e quanta angústia isso me causou. Falei com o meu irmão, minha mãe e meu pai. Todos disseram pra eu não fazer. E foi o que eu fiz. Pedi ao médico para imobilizar o pé e só. Ainda evitei tomar remédios, mas depois de uma oito horas de sofrimento, tomei um paracetamol. Agora estou bem, sem dor. O problema é que não poderei colocar o pé no chão por uma semana e ficar sozinha em casa. Dá pra imaginar o sacrifício que é uma simples ida ao banheiro, não é!?!? Mas vai dar tudo certo!!!!!! Ah... minha mãe vem pra cá nodia 15. Uh hu!!!!!!!!!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Dez meses X um mês

Ontem, Maria Júlia e Heitor teriam completado 10 meses de vida. Às vezes, me pego pensando em como seria tê-los em casa, engatinhando pela sala, comendo um big prato de inhame com feijão, com as boquinhas sujas, como eu testemunhei acontecer com Lucas e Ítalo. É... vou ter que esperar um pouco mais para ver essa cena... O bom é que, na mesma data (25), eu vou poder contar a existência do meu novo filhote. É que tenho quase certeza de que ele foi concebido no dia 25 de julho. Como eu sei??!!??! Não, eu não senti nada de anormal na “hora H”, como dizem algumas mulheres. É que eu estava fazendo controle de ovulação por meio de exames de ultrasson, para verificar se havia algo de errado no meu ciclo. No mês anterior, eu já havia feito e se constatou que eu havia ovulado no 10º dia do meu ciclo. Como em julho, o 10º dia caiu em um domingo (25), fiz o exame no 11º e o médico viu que eu já havia ovulado (o que é a tecnologia!!!!). Eu até brinquei: “minha ovulação parece ejaculação precoce, quando eu penso que ela está chegando, já foi!!!!”. Mas eu, que não sou boba nem nada, tomei “minhas precauções” no dia 25. Daí eu ter quase certeza de que a concepção se deu neste dia. Talvez o encontro do óvulo e o espermatozóide (ou óvulos e espermatozóides????) tenha demorado um pouco. Mas isso eu acho difícil descobrir. O fato é que esta semana completo a sexta semana na contagem da medicina e um mês na contagem mais prática. Continuo enjoada e com um pouco mais de sono que o normal. Se é que isso é possível. Mas se não for, é puro charme de grávida. KKKKKK!!!!
Ah! Uma amiga muito querida (Carol Miranda) está esperando trigêmeos. Acho que já comentei isso aqui. O fato novo que ela já sabe que naquela barriga super habitada estão se desenvolvendo três mocinhas: Isabel, Clarissa e Marina. Muito fofo, não?!?!?

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Cinco semanas

Minha gestação está completando cinco semanas. Ou seja, faltam 35 para que eu realize o meu sonho de uma maternidade plena e como a grande maioria das outras. Tempo suficiente para minha imaginação - e de toda a minha família – viajar. A grande curiosidade de todos é saber se será um bebê ou dois. O médico espera que seja um. Mas a torcida de todos é por dois. Acho que a gente se acostumou mal... Confesso que me sentiria muito feliz em usar os dois enxovais juntos, os carrinhos, bebê conforto... Bom, está nas mãos de Deus e nós só saberemos no dia 19 de setembro, quando devo fazer minha primeira ultra. Quero viver cada uma dessas 35 semanas que faltam. Nada de pressa. Já basta de antecipação. Até porque o tempo voa. Na próxima semana, faz dez meses que Heitor e Maria Júlia nasceram. Ainda posso sentir o toque aveluado do cabelinho do meu filho e o cheirinho de pureza da minha filha. Parece que foi ontem. Também lembro exatamente a sensação da Maria Júlia mexendo dentro de mim a todo momento e do Heitor agradecendo cada pedaço de chocolate ou guloseima do gênero. Quanta saudade. O bom é que tenho a oportunidade de viver tudo isso de novo e com a expectativa de um final feliz como eu havia imaginado. A principal marca desta quinta semana foi a intensificação dos enjoos. Nossa... quarta-feira, enjoei da hora em que acordei até a hora em que fui dormir. Mas, assim como na outra gestação, não cheguei “as vias de fato”... Que venham todos os outros sintomas físicos deste milagre de Deus que está acontecendo por intermédio do meu corpo. Que desta vez, eu seja capaz de cumprir minha primeira missão de mãe: gestar. Amém.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sabedoria que vem de Deus

É tão engraçado perceber o bem que a maturidade nos traz... É a mais pura verdade que os anos nos trazem sabedoria. Ao ler o comentário do meu irmão no meu último post, tive essa certeza. Meu irmão é um sábio, um homem de Deus. Quem o conhece de perto percebe quanta sabedoria e discernimento os seus 37 anos de vida lhe trouxeram. As palavras dele me fizeram lembrar as "orações posts" da Luciana e do Woltony. "Pai erga sua mão misericordiosa sobre mim. Molha, mesmo que seja com uma gota de orvalho minha boca. Assim saberei que zelas por mim em todos os momentos de minha vida". Tenho certeza que o meu Macaco reza essas palavras todos os dias, porque ele também precisa de uma bênção. Que bom saber que ele não vai desistir, nem deixar de acreditar na providencia divina. Prova concreta de que ele sente o amor de Deus, apesar das tribulações. Ele tem encarado com muito mais sabedoria que eu os reveses da vida.
Um dos meus sofrimentos sempre foi fazer a minha família sofrer. Sei que meu irmão, minha irmã e meus pais me amam e não queriam me ver chorar. Acho que todos eles pediram tanto que Deus me passou na frente na fila das bençãos. KKKKK!!!! Mas a sua vai chegar meu irmão querido. TE AMOOOOOOOOOOOOOO!
Fiquei muito feliz ao perceber a alegria das pessoas com a minha alegria. É muito bom saber que no mundo não há só maldade. Também há pessoas que nem me conhecem e se compadeceram da minha dor e se alegraram com a minha alegria. Sem falar nas pessoas que me conhecem e torcem por mim desde sempre. Muito obrigada a todos!
Hoje fiz os primeiros exames do pré-natal. Tenho sentido um pouco de enjoo, mas bem pouco. A linha nigra, que não ainda não havia desaparecido, continua aqui, graças a Deus!!!!!!!!!!!

sábado, 14 de agosto de 2010

Chega de tristeza

Acho que chegou o momento de deixar de ser triste. Estou grávida. Uh hu!!!!!!!!!!!!! O engraçado é que espalhar essa notícia sempre foi o objetivo deste blog. Pelo menos eu pensava que era. No entanto, quando fiz os exames em que constatei o milagre de Deus em mim, decidi não contar. Acho que com medo do ditado que diz “alegria de pobre dura pouco”, sei lá... Então, eu e Júlio resolvemos que só iríamos contar quando estivéssemos com três meses. Mas não deu! Primeiro porque a alegria é grande demais pra ficar guardada dentro do meu peito. Segundo porque não seria justo com todos os amigos que torcem por mim e acompanham o blog. E, terceiro, porque meu irmão está cansado de ver posts tristes e disse que se eu não contasse, ele contaria. KKKKKK!!!! Então, “macaco”... em sua homenagem eu grito para quem quiser ouvir: ESTOU GRÁVIDA. Louvado seja Deus!!!!!!!
É verdade que terei que percorrer uma longa jornada para ter meu bebê em meus braços. Mas é um alívio sentir que Deus ouviu o meu clamor! Tenho fé de que tudo dará certo desta vez. Era de se esperar uma gravidez totalmente neurótica, depois de tudo o que eu vivi. Mas até que estou conseguindo me controlar. Mudei algumas rotinas, não estou dirigindo, nem indo ao patchwork. Mas, graças a Deus, não estou apavorada.
Hoje, tive minha primeira consulta pré-natal. Escolhi o Dr. Alberto Zaconeta. Ele é especialista em gravidez de risco e, por coincidência, irmão do neonatologista que acompanhou Maria Júlia e Heitor na UTI. Dr. Alberto me foi indicado pela minha ex-terapeuta por ser um bom profissional e muito sensível a dor de casais que viveram perdas. A consulta foi exatamente como desejávamos. Ele não fechou o diagnóstico de IIC. Portanto, pretende avaliar o colo do útero no decorrer da gestação para verificar se a cerclagem será necessária ou não.
Para ele, eu posso ter uma tendência a partos prematuros e, nesse caso, o tratamento não será a cirurgia. Era isso que eu queria ouvir. Assim como Dra. Catarina, de Recife, ele pretende investigar. O meu medo em relação aos médicos que fecham o diagnóstico em IIC é não tratar um outro problema. Me sinto mais segura com um médico que quer avaliar. Sem falar que ele é realmente o “docinho” que a Flávia disse. Estamos com quatro semanas. Portanto, não fizemos ultrasson ainda. Segunda-feira vou fazer os exames de laboratório.
Bom... acho que agora sim posso dizer: “Recomeço aqui a minha luta pela maternidade”!!!!!!
Que Deus nos guie nesta caminhada.

domingo, 8 de agosto de 2010

Oração

Sempre acreditei que cantar é rezar duas vezes. Acho que é porque alguns compositores são verdadeiramente inspirados por Deus e conseguem traduzir em palavras aquilo que se passa no nosso coração. A cantora gospel Aline Barros vez por outra me emociona com suas músicas. "Recomeçar" é uma dessas belas canções que soam pra mim como verdadeiras orações. Como estou com vontade de rezar, aí vai a letra:

Pai tá difícil manter o caminho
Tenho andado em meio a espinhos
Nem sempre é tão fácil acertar
Pai, emoções descalçam os meus pés
Me roubando em meio a cordéis
Que me enlaçam em minhas fraquezas
Pai, eu nem sei o que te falar
Mas, eu quero recomeçar
Me ajuda nesse instante

Preciso da Tua mão
Vem me levantar
Faz-me Teu servo, Senhor
Me livra do mal
Quero sentir o Teu sangue curar-me
Agora meu Senhor, vem restaurar-me

Preciso da Tua mão
Vem me levantar
Faz-me Teu servo, Senhor
Me livra do mal
Quero sentir o Teu sangue curar-me
Agora meu Senhor, vem restaurar-me

Pai tá difícil manter o caminho
Tenho andado em meio a espinhos
Nem sempre é tão fácil acertar
Pai, eu nem sei o que te falar
Mas eu quero recomeçar
Me ajuda nesse instante

Preciso da Tua mão
Vem me levantar
Faz-me Teu servo, Senhor
Me livra do mal
Quero sentir o teu sangue curar-me
Agora meu Senhor, vem restaurar-me

Preciso da Tua mão
Vem me levantar
Faz-me Teu servo, Senhor
Me livra do mal
Quero sentir o Teu sangue curar-me
Agora meu Senhor, vem me restaurar

Preciso da Tua mão
Vem me levantar
Faz-me Teu servo, Senhor
Me livra do mal
Quero sentir o teu sangue curar-me
Agora meu Senhor, vem restaurar-me
Agora meu Senhor, vem restaurar-me.

Aí vai também o link:
http://www.belgicagospel.com/video-evangelico/restaurar_me/aline_barros/louvor

sábado, 7 de agosto de 2010

Ser contente outra vez

"Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez'".

As frases são de Caio Fernando Abreu e me foram apresentadas pela minha amiga Natália Duprat, aqui mesmo neste blog. As palavras soam como verdade absoluta, embora nos momentos de dor pareça impossível pensar em ser feliz. Já se passaram nove meses da minha dor... Espero que já seja hora de ser "contente outra vez"!!!!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Relembrar é viver...

Desde ontem um misto de emoções me invadiu. Estou tentando não racionalizar muito, mas às vezes todo o meu esforço não é suficiente. Estou prestes a completar mais um ciclo. Isso por si só já mexe muito comigo. Pra completar, recebi um telefonema que me trouxe “boas” e “más” notícias. A Keila me ligou para contar que está grávida novamente. Ela e o Juliano “perderam” o primeiro filho deles ano passado, depois de uma complicação no parto. Perderam entre aspas porque como me disse a minha tia Rita “não perdemos aqueles que entregamos para Deus”, embora essa seja a sensação. A Keila e o Juliano representam a minha primeira experiência com a dor de pais que vêem seus filhos partirem. Lembro que chorei compulsivamente por quase uma hora ao saber do acontecido. Já queria muito ser mãe e me dei conta de que nem sempre a maternidade é feliz. Além disso, esse casal foi de enorme valia durante os dias que se sucederam a morte de Maria Júlia e Heitor. Eles sempre se mostraram muito solícitos e solidários a nossa dor. Sabia que ela temia que uma de nós ficasse grávida de novo antes da outra. É humano. Aliás, acho que da última vez que nos vimos, em maio, ela já estava grávida e não quis me dizer. Entendo. Também me sentia desconfortável ao encontrá-la quando estava grávida, meses depois de ela ter que “entregar” o Daniel. Mas, sinceramente, não me incomodo em conviver com grávidas. O que me faz sofrer é EU não estar grávida. Mas além de me contar sobre a sua gravidez, a Keila também me contou sobre a morte da filhinha de um casal que fez encontro ano passado. Isso sim me fez sofrer. Quis me controlar para não questionar. Então me “afoguei” na TV. Assisti uma temporada inteira de “Sex and City” para não pensar. Mesmo assim, quando fui deitar, às 2h da madrugada, fiquei horas sem conseguir dormir, lembrando do dia 9 de novembro de 2009 e me compadecendo da dor dos pais dessa menininha. Pelo nome, nem lembrei quem era o casal. Mas decidi ir ao velório para demonstrar minha solidariedade. Júlio não quis ir. Aliás, ele nunca mais voltou lá. Chegando lá reconheci os rostos a quem eu tanto servi biscoitos, trabalhando na equipe do cafezinho. Fiz questão de abraçá-los e chorei. Mais uma vez fim um pedido a Heitor e Maria Júlia. Pedi que eles recepcionassem a Suellen. Ela nasceu com uma síndrome rara e segundo os médicos viveria no máximo três anos. Ela viveu dois anos e onze meses. Os pais já haviam “perdido” um filho aos três meses, em função da mesma síndrome. Portanto, sabiam o que poderia acontecer, mas não deixaram de chorar ao se despedirem da sua pequenina. Agora, eles têm uma mocinha de 13 anos. Chorei com eles. Depois fui visitar o túmulo dos meus filhos. Fiquei uma meia hora lá, sentada sobre a grama, pedindo a Deus que me ajude a aceitar a vontade dEle. Quase no fim, um pessoal, acho que um grupo de evangélicos, veio e cantou uma música belíssima para mim. Não me lembro exatamente as palavras. Mas só pude responder uma coisa: Amém!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Encarando a dor

Sempre gostei de histórias de gente. Acho que foi por isso que me tornei jornalista. Quando eu era repórter de TV adorava o contato com as pessoas, conhecer as suas histórias. Acho que também por isso sou viciada em TV e vivo grudada nas novelas, filmes e séries. Desde que iniciei esse blog, estou me acostumando a acompanhar vidas a partir desses diários eletrônicos. Hoje vi uma reportagem sobre uma homenagem ao filho da Cissa Guimarães que morreu atropelado. Era uma homenagem com muita música e emoção. No final, Cissa disse: “eu vou voltar a sorrir”. Achei linda forma como ela encarou a partida do filho. Ela está sofrendo, não resta dúvidas. Mas não está se martirizando nem se fechou para vida. Já vinha pensando nessa forma de encarar as perdas há alguns dias. Para ser mais exata, desde que eu conheci o blog de Marcele Alencar (naoquerooutrolugar.blogspot.com). Ela é mãe de dois menininhos e viúva antes de casar. É que o Thiago, pai dos filhos dela, morreu em um acidente de carro meses antes de eles oficializarem a união. Assim como a Cissa, a Marcele optou por continuar buscando a felicidade, apesar do sofrimento. Fico imaginando de onde essas pessoas tiram essa força????? Exemplo ainda melhor é o Woltony. É nítido que a dor pela perda da Luciana está sugando as forças dele. Mas mesmo assim, ele se esforça para parecer bem. Esse, além de forte, é generoso. Nos últimos tempos venho me compadecendo cada vez mais da dor dos outros e procurando enxergar que a dor de ninguém e maior que a minha e vice-versa. Mas quando lia a história da Marcele sempre me dava aquela impressão: talvez seja mais fácil perder um amor do que filhos. No fundo eu sabia que não era isso. Provavelmente, era só uma forma de eu não me sentir tão pequena diante de pessoas tão fortes. Mas o episódio da Cissa Guimarães deu um golpe final na minha defesa da auto-piedade. É... as pessoas são diferentes e reagem de forma diferente. No momento, não consigo pensar em muitas formas de felicidade. Só consigo me imaginar feliz carregando filhos vivos nos braços.

domingo, 25 de julho de 2010

Nove meses

25 de outubro de 2009 - 6h. Ao olhar pelo basculante da sala de parto do Santa Lúcia e perceber a luz do sol, cantei: “Já na alva luz do dia a raiar, lá estava a cena que me impressionou. Um anjo preso a Jacó que por sua benção lutou, jamais desistiu. Preciso de uma benção não vou desistir. Sem ela eu não vou sair daqui. Só saio quando o Senhor me tocar. Não posso mais ficar sem Te sentir. Nada vai impedir a unção de Deus sobre mim”. Tinha a certeza de que eu receberia minha benção... No entanto, sai daquele hospital sem a minha benção. Mas não desisti. Talvez essa seja a prova de que não acabou. Acho complicado pensar nisso porque me vem à cabeça a pergunta: será que eu terei outra chance com o Heitor e a Maria Júlia do mesmo jeitinho que eu havia sonhado? Às vezes, me convenço de que não. De que se eu tiver outros filhos serão outras pessoinhas. Mas quando penso nos kits de berço guardados, com os nominhos deles bordados, fico pensando: será que essa dificuldade em me desfazer dessas coisas não é a minha esperança de tê-los de volta? Não sei... Mas acho que seria o maior presente que Deus poderia me dar. O fato é que nove meses depois daquele parto tão tenso e tão cheio de esperança, eu cheguei a pensar que a dor tinha diminuído. Mas, imediatamente, me vieram as lembranças daquele dia, do meu esforço para que tudo desse certo, para dar uma chance aos meus filhos, para que o meu medo não nos atrapalhasse... Eu pensava: “eu tenho que confiar. Deus não vai me abandonar. Coragem”. Ao lembrar disso tudo, é impossível não chorar. Também não dá pra não ficar com o coração partido ao ver meu marido chorar ou correr para o olho mágico pra ficar “babando” pela nossa nova vizinhazinha, Bia de 2 aninhos. Muito menos ao ouvir minha mãe contar sua “frustração” ao ouvir as amigas comentarem do amor de avós por seus netinhos. Ou ainda saber que o sonho do meu pai é ver os netinhos correndo no quintal da nossa casa. Não vejo a hora de fazer desse blog um “porto de felicidade”. Afinal, essa era a ideia. Não gostaria mais de saber que minha mãe chora ao ler meus posts. Não vejo a hora de colher com sorrisos, aquilo que foi plantado com lágrimas... Nossa... é tanta coisa que eu quero... Logo eu que não queria pedir... Mas hoje na missa ouvi que devemos pedir sim e que Deus, na sua infinita sabedoria, vai julgar. Essa parte é que difícil... Mas vamos lá! Senhor, Tu sabes exatamente o que eu desejo. A minha vida é Tua. Tende misericórdia de mim!

domingo, 18 de julho de 2010

Identificação

Se há uma coisa que eu aprendi nesses últimos meses, essa “coisa” é refletir. Acho que é essa vontade de encontrar respostas para tudo o que aconteceu. Muitas vezes essas minhas reflexões podem passar a impressão de que eu estou eternamente com raiva de Deus. Mas não estou.
Há uma semana, assisti na Canção Nova uma entrevista com a psicóloga Alda Rangel. Ele teve dois filhos adolescentes assassinados durante um assalto. Depois de anos remoendo a dor, ela fez doutorando sobre a dor da perda de filhos, criou um grupo de apoio para mães nessa condição e lançou o livro “Amor Infinito” em que conta a história de pais que perderam seus filhos.
Como era de se imaginar em um canal católico, essa mulher não perdeu a fé. Mas se permite questionar trechos bíblicos como o que diz: “O Senhor é meu pastor e nada me faltará”. “Como assim? Já está me faltando”, dizia ela na entrevista. A mesma pergunta eu já me fiz várias vezes. Também questiono o salmo 90 que diz que podem cair mil a minha direita e dez mil a minha esquerda que nada me acontecerá porque escolhi o Senhor como meu asilo. Essas palavras me fizeram suportar os dias de desespero na UTI neonatal. Mas depois ficou a pergunta: como assim?
A Alda também falou das frases infelizes que as pessoas nos dizem querendo nos consolar. A morte é mesmo um momento muito difícil e mais difícil ainda é escolher as palavras certas. Por isso, muitas vezes, um abraço vale mais que mil palavras. Nossa.... como me identifiquei com a Alda!!! Ela falou da impaciência das pessoas em ouvir nossos lamentos e de como para uma mãe é bom contar suas boas memórias dos filhos. Esse blog é uma forma de desabafo. Só “ouve” meus lamentos quem quer. Não “alugo” o ouvido de ninguém.
Quero ter o direito de sofrer como manda o meu coração. Sinceramente, acho que tenho encarado tudo de uma forma até razoável. Me apressei em retomar minhas atividades, procurei terapia, patchwok, não estou na cama, nem gritando a minha dor. Mas continuo sofrendo... fazer o quê?!? Só eu sei a reviravolta que a passagem de Heitor e Maria Júlia causou na minha vida...
A principal conclusão que as minhas reflexões me trouxeram é que sou uma completa ignorante em relação aos desígnos de Deus. Há muito anos, ainda no tempo do vestibular, depois de duas tentativas frustradas, entendi que não deveria pedir nada. Porque se cremos que Deus nos conhece do avesso, Ele sabe exatamente o “sal” que falta em nossas vidas e irá realizar aquilo que estiver nos Seus planos. Então nos meus momentos de angústia imitava o cego que gritava do meio da multidão: “Jesus, filho de Davi, tende misericórdia de mim”.
Pois bem... assim vivi por mais de 10 anos e consegui enfrentar as contrariedades da vida sem me sentir fracassada. O problema é que eu esqueci e pedi... Pedi para ficar grávida e depois pedi a vida dos meus filhos. Por isso sofri e continuo sofrendo...
Quando penso na minha história ou leio os posts do blog da Luciana e do Woltony tenho uma impressão de derrota, porque as coisas não aconteceram da forma como nós pedimos. Mas não podemos dizer que Deus não agiu. A pequena Helena é a prova. Pra minha mãe o fato de eu estar viva é outra prov,a porque ela temia que eu morresse.
Acho que o melhor mesmo é não pedir e esperar o que Deus tem pra gente. Isso não quer dizer não desejar, o que pra mim seria impossível. Mas, simplesmente, não pedir e confiar. Não era assim que desejaríamos no nosso conto de fadas. Mas ninguém disse que a vida seria fácil...
Obs: Quem não passou por uma dor como a que eu tenho vivido, não sabe o quanto é irritante ouvir: a vida continua, levanta a cabeça... e coisas do tipo. Tenho certeza de que ninguém gostaria de viver um dia da minha dor... Então também não queira decidir como eu devo ou não viver a minha dor... Razoável, não é?!?

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Marcas

Na próxima semana faz nove meses que eu não estou mais grávida. Nove meses que o meu sonho de maternidade foi interrompido de forma abrupta. Acho que deve ser a mesma sensação de um sonâmbulo que acorda no meio de um acesso. Ou como um pesadelo em que você está no seu momento mais feliz e algum ruim chega, deixando tudo destruído. Quando eu era criança e sonhava com um monstro me perseguindo, eu simplesmente parava e dizia: vai me pega, desisto. Não vai adiantar mesmo eu correr... O engraçado é que quando estive no meu pior pesadelo - este real - eu não queria nem pensar em desistir.
Lembro que, dias antes do parto, escrevi um cartão para Júlio, falando justamente da minha felicidade que parecia total. Trabalho, casa, amor, filhos... Só faltava a proximidade da família. Mas não se pode ter tudo, não é?!?!? Nossa... fazia muito tempo que eu não escrevia um cartão para o meu marido. Mas a felicidade era tanta que me motivou a colocar no papel tudo o que se passava no meu coração.
Apesar do tempo, o primeiro sinal concreto (depois do BHCG) da existência de Heitor e Maria Júlia ainda está muito presente no meu corpo, "a linha nigra". Essa faixa vertical escura na barriga em algumas mulheres demora a aparecer. No meu caso, veio praticamente com o resultado positivo do exame. Já li que, em alguns casos, ela demora até um ano para desaparecer. Mas é estranho. Acho que meu corpo deveria saber que acabou. Do mesmo modo que o leite brotou, dias após o parto, e secou dias após a partida dos meus filhos. A natureza é tão sábia... Não tenho problemas estéticos com a linha, muito menos com a cicatriz da cesárea. Costumo dizer que não me importaria se a mesma cicatriz estivesse no meu rosto, desde que eu estivesse com meus filhos... O problema é que a linha nigra e a cicatriz da cesária me fazem pensar...
Aff... fico tentando não ser triste, mas infelizmente, a minha relação com a maternidade é triste e dolorida. Só Deus sabe até quando...

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Saudadeeeeeeee

Hoje, faz oito meses que meus filhos se foram. Que saudade!!!!!!!!!! Já tem mais tempo de saudade do que o ínfimo período que eu os tive, o tempo da felicidade. Mas é inevitável que eu fique imaginando como eles estariam. Como seria bom voltar do trabalho e encontrar meus filhos acordando do soninho da tarde e descer com eles para parquinho do prédio. Vejo as outras mães fazendo isso e penso: que aparência meus filhos teriam? Seriam mulatinhos ou branquinhos? Heitor continuaria com o mesmo cabelinho de hominho igual do pai? E Maria Júlia, teria algum traço meu ou continuaria cópia perfeita de Júlio? Estariam engatinhando? Teriam saúde frágil ou seriam tourinhos apesar da prematuridade? Quantas perguntas... quantos sonhos que não se realizaram... Quanta saudade. A revolta deu uma trégua ao meu coração. E a dor... está virando só saudade? Acho que ainda não. Nesse momento, meu coração está bem apertadinho... E sei que essa dor não é só minha. Meus pais já admitiram a frustração por não terem netos por perto para amar... Júlio não pode nem me ouvir falar nos bebês sem que seus olhos se encham de lágrimas. É muito amor e uma saudade que não cabe no peito. Mas agora já consigo pedir a Deus um coração manso, que aceite Seus desígnos. Nunca consegui isso. Sempre questionei. Nunca aceitei que meu tio Zé morresse depois de quase um ano sofrendo e lutando contra a psoríase. Não entendi porque Mariazinha tinha que morrer tão jovem deixando uma filhinha. Nunca me conformei com o sofrimento das crianças do mundo, nem com as dificuldades da vida. Tive esse mesmo impulso diante da história da Luciana e do Woltony. Acho que eles me deram uma grande lição. Nos últimos tempos, tenho me esforçado para pedir só isso, um coração manso. Um coração sábio para que como Nossa Senhora eu saiba dizer "sim" e, caso não entenda os desígnos de Deus, que eu saiba calar e confiar que esse fato, incompreensível aos meus olhos, tem um porquê e é "bom", na ótica divina, é o melhor que nos poderia acontecer. Espero chegar a isso um dia...

sábado, 3 de julho de 2010

Lição de vida

Por causa desse blog, tenho conhecido mulheres que viveram dramas parecidos com o meu. Uma delas, a Flavia, me apresentou um blog de um casal que é uma verdadeira lição de vida: Luciana e Woltony. O blog deles(http://lucianaewoltony.bolgspot.com) foi criado em setembro de 2009 quando ela estava grávida de dois meses (eu acho) e descobriu que estava com câncer no pulmão. Na verdade, o primeiro diagnóstico foi de tromboembolia, acho que é isso. Só depois de dois meses de tratamento errado, eles descobriram o câncer que era bastante agressivo. Estou desde ontem lendo os posts e me surpreendo a cada momento com a espiritualidade desse casal que apesar da tribulação em nenhum momento questionou a Deus. Hoje, foi a missa de sétimo dia de Luciana. Ela se foi, mas o milagre aconteceu. Como ela mesma escreveu, Deus fez um escudo de amor que protegeu a filhinha dela de toda a quimioterapia e da radiação dos exames. Parece que a pequena Helena está agora com três meses e bem. Ainda estou lendo, não sei detalhes. Além dela, o casal também tem um filho de dois aninhos, o Pedro. A minha primeira reação foi perguntar: por que uma família que trilha um caminho reto, buscando Deus em tudo, tem que viver isso? Por que Deus não deu a cura que todos eles desejavam? Não sei. Mas lendo os posts percebi várias coisas. Apesar de todo o sofrimento provocado pela doença, Luciana não deixava de agradecer as graças recebidas e terminava cada post com uma citação bíblica, que demonstravam a intensidade da sua confiança em Deus. Lembrei um e-mail que recebi algumas vezes em que um bonequinho recebe uma pedrada na cabeça e no desenho seguinte aparece Jesus de braços abertos impedindo que várias outras pedras nos atinjam. Era mais ou menos assim que ela reagia as pioras. Continuo achando que a morte de Heitor e Maria Júlia foi uma tragédia. Mas não posso ignorar que poderia ter sido pior. Meus filhos tiveram toda a assistência médica. Imaginem se eu tivesse enfrentado tudo sem um plano de saúde que permitisse que eles tivessem a assistência necessária? Teria enlouquecido. Além disso, pude sentir mais do que nunca o amor da minha família e amigos, especialmente do meu marido. Foi muito importante ter para quem ligar nos momentos de desespero. Pena que fiz (e ainda faço)tanta gente sofrer comigo. Mas definitivamente Deus não me deixou sozinha. Tenho certeza de que ele poderia ter evitado tudo. Não sei porque não fez. Mas deve ser verdade que Ele nos ajuda a carregar o fardo. Porque todas as vezes que penso no que aconteceu, acho que eu deveria estar de cama até hoje. Mas não foi assim comigo, muito menos com a Luciana e o Woltony. Pelo contrário. Nos momentos mais difíceis estávamos de pé, lutando com coragem. Espero que a Luciana tenha encontrado as respostas que precisava e esteja em paz. Desejo também que o Woltony continue seguindo com coragem e transfira a Helena e Pedro todo a amor que dedicou a sua esposa. A história de vcs nos faz acreditar no verdadeiro amor, igual ao de Deus que deu o seu filho para nos salvar. Foi bom pra me fazer refletir. Na minha pequenez, continuo achando que o ideal era que Luciana estivesse curada e com sua família. Mas não era esse o plano de Deus...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Em Bsb, again

Depois de 16 dias curtindo a família, estou de volta a minha realidade, em Brasília. Foi muito bom estar lá. Foi muito difícil estar lá. O bom foi poder sentir o carinho da minha mãe, pai e irmãos. Difícil foi rever os amigos. Ver que a vida de todos caminha de maneira feliz, enquanto a minha... Decidi vir para Bsb, deixando em Recife minha família e amigos, para apostar na minha familiazinha. Aqui estou... trabalhando, com uma vida financeira tranquila e só... Já os meus amigos estão lá, ralando como eu ralo aqui, e certamente mais felizes. Será que eu deveria ter vindo?Há quase três anos, vim chorando, acreditando que estava "plantando na dor para colher no amor", que as lágrimas seriam substituídas por sorrisos e quase acreditei ter conseguido... Mas ainda não deu... É bem verdade que todos enfrentamos desafios, uns na saúde, outros no casamento ou de grana mesmo. Os desafios são importantes, eles nos movem. Mas sinto que de nada valeu a minha luta. Falta um pedaço, o melhor e mais sonhado pedaço. É como nadar, nadar e morrer na praia... Conheci uma menina/mãe de 18 anos em Recife. Linda com seu filhotinho de 10 meses nos braços. Pude sentir o tamanho da minha tragédia nos olhos dela, quando contei a história da minha maternidade. Depois de um profundo silêncio, as palavras delas foram: "Nossa... se eu perdesse o meu...". Eu completei: "Você acha que morreria...". Ela confirmou com a cabeça. Eu também pensava... Mas aqui estou. Na próxima semana, faz oito meses que Maria Júlia e Heitor se foram e eu continuo viva. Parece incrível. Sempre achei "invejável" a força com que as pessoas enfrentam suas perdas. Um bom exemplo é o Torben Grael que não se deixou vencer por uma fatalidade da vida. Minha amiga Magda também é um lindo exemplo de coragem, força e alegria. Um incentivo. Mas eu não consegui ainda. Aliás, sempre soube que não conseguiria. Por enquanto, continuo sentindo pena de mim mesma, pena porque não há o que eu possa fazer para que os meus filhotinhos voltem. Essa história acabou. No céu, se Deus quiser, nos reencontraremos, mas provavelmente será tudo bem diferente do que seria aqui. Tudo bem, quero assim mesmo. Enquanto isso, vou caminhando e sonhando. O bom de voltar para Bsb foi reencontrar minha casa e meu marido. Estava com saudades do meu Docinho. Que bom que a fase "nebulosa" deu uma trégua!!!!

domingo, 20 de junho de 2010

Identidade

A vida toda eu fui Aline, filha de Aliceu e Neusa e irmã de Luiz Claudio e Renata. Há quase cinco anos, me tornei esposa de Júlio e há pouco mais de um ano me preparava para ser conhecida como a mãe do Heitor e da Maria Júlia. Queria de verdade. Pode ser que um dia isso, deixar de ser Aline para ser a mãe de Heitor e Maria Júlia, viesse a me incomodar, como incomoda a algumas mulheres. Mas eu queria. O interessante é que todas as minhas identidades foram construídas ao longo de anos e anos. O mesmo estava acontecendo com a minha identidade de mãe. Mas de uma hora para outra tudo mudou, sem que eu tivesse tempo de entender.Era a mãe dos gêmeos e voltei a ser a filha de Aliceu e Neusa ou esposa de Júlio. Alguém pode dizer: "mas já se passaram sete meses. Que conversa chata!". Mas pra mim, aconteceu ontem e eu continuo sem chão. Ficou tudo sem sentido, a vida ficou fazia. Parece estranho, já que eu vivi 33 anos sem eles. Mas não é mais estranho do que de repente não ter mais seus filhos. Ter seus planos interrompidos. Perder o controle que vc achava que tinha. Esse vazio ronda todos os momentos da minha vida. Desde que eu acordo e imagino como seria a rotina de cuidar de dois bebês, até quando eu entro em um avião para visitar meus pais ou quando eu imagino como eles reagiriam aos fogos e a gritaria dos torcedores do Brasil em plena copa do mundo. Eles se assustariam? Estariam vestindo roupinhas verdes e amarelas? Não sei. Mas tinha planejado viver com eles a copa do Brasil em 2014, assim como as Olimpíadas de 2016 no Rio. Chata? Saudosista? Provavelmente, um pouco de tudo isso...

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Dinamismo

A vida é dinâmica. Disso todos sabemos. Mas alguns acontecimentos deixam isso ainda mais claro. Hoje, fui a uma consulta médica e soube da morte de um bebê prematuro. Maria Alice era a filha de uma adolescente de 15 anos e neta da atendente do consultório. Maria Alice nasceu aos seis meses porque a mãe foi acometida pela eclâmpsia. Passou um mês na UTI do Imip, saltou dos 700gr para mais de 1kg, mas foi infectada por uma bactéria e perdeu a luta. Mais uma família sofrendo. Ao mesmo tempo, um toque para mim: o Imip não salvou Maria Alice. Nada salvou Maria Alice, assim como nada salvou Heitor e Maria Júlia. Do outro lado, uma outra mãe. Esta ostentando a alegria de carregar a sua Maria Júlia por sete meses em seus braços e a de carregar outra menininha de 15 semanas no ventre. Por uma dessas ironias do destino, essa mulher deu a luz a uma Maria Júlia cinco dias antes de a minha vir ao mundo. Por uma dessas ironias do destino, essa mulher já está grávida de novo. Ela sonhava ter gêmeos. Como não foi agraciada, decidiu ter dois filhos no menor espaço de tempo possível. Deu tudo certo. Vai entender essa dinâmica da vida. Queria que todos fossem felizes como esta família. Mas hoje a família de Maria Alice vai chorar, assim como a minha tem chorado ao longo desses sete meses. Assim é a vida, não é?!?!!?

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Recarregando as baterias

Estou de férias e vim recarregar minhas baterias na casa dos meus pais, em Recife. É muito bom um colinho de vez em quando pra recarregar as baterias.Meu maridinho ficou. Acho que vai ser bom pra ele descansar da minha chatice.

domingo, 6 de junho de 2010

É possível ter fé e temer? Uma vez, ouvi o Pe. Rinaldo dizer que ter fé é se abandonar nas mãos de Deus, como uma criança que se joga nos braços do pai, sem temer. Achei que essa era a melhor definição de fé. Mas desde a morte de Heitor e Maria Júlia (faz sete meses esta semana), me culpo por não conseguir me entregar plenamente. Acho que é pq no dia do parto me entreguei plenamente e a minha fé não me livrou do sofrimento. Pra mim agora parece impossível não temer. Temo continuar sofrendo para sempre, temo estar me afastando de Deus, temo sofrer a perda de um outro filho, temo não ter mais filhos, temo não ir para o céu e não reencontrar meus filhos... É muito medo. Mas será que não é normal? Acho que só Nossa Senhora encararia toda essa dor de maneira diferente. Sei lá... tem gente melhor que eu no mundo, sim... Mas acho que a prova de que eu não perdi a fé, é que continuo buscando a Deus. Uma busca angustiada, é verdade. Cheia de perguntas e incompreensões. O que mais me angustia é justamente achar que posso não ser amada por Deus. O evangelho de hoje cita duas passagens em que Jesus se compadece do sofrimento de duas viúvas pela morte de seus filhos e os ressuscita. Eu pedi, mas não mereci um milagre como esse. Me esforço para encontrar algum sinal do que Deus quer dizer com isso, mas não consigo. Mesmo assim, tenho perseverado. Não sei se Ele desistiu de mim, mas eu não desisti dEle. Acho que o meu sofrimento está me levando para o fundo do sepulcro e por isso não consigo ouvir o que Deus tem a me dizer, se é que Ele tem algo a me dizer. Mas sigo tentando ouvir e pedindo perdão pela minha fraqueza. Acho que o medo vai me acompanhar sempre daqui por diante. Agora sei que mesmo com fé não estou livre das dores, ninguém está. No entanto, mesmo querendo não criar expectativas e aceitar o que Deus planejou para nossas vidas, pra mim é impossível não temer. Sobre a vida e o futuro não tenho nenhum controle e quem é que gosta de sofrer???? Até Jesus temeu... Quem sou eu diante de Deus????????

sábado, 5 de junho de 2010

Inconstância

Desde que meus filhos nasceram, encaro cada dia de uma forma.Há dias em que estou esperançosa. Mas, há outros em que a incompreensão toma conta da minha alma. A minha única companhia constante é a tristeza. Essa habita meu coração desde aquele 9 de novembro de 2009. Já tentei refletir, pedir a Deus discernimento... Mas nada funciona. Por isso, desisti da terapia. Não acredito que iria conseguir avançar. A minha impressão era que, a cada passo a frente, eu retrocedia cinco. Tenho preferido o patchwork. O grupo é uma outra forma de terapia. Cada uma daquelas mulheres tem uma história, uma dor... Mas lá raramente se fala disso. Uma tenta animar a outra numa forma de solidariedade silenciosa. Tenho me afundado na costura. Já fiz três colchas... Pra quem nunca tinha pego em uma máquina de costura... Sempre me disseram que a separação é muito comum entre casais que perdem filhos. No entanto, não acreditava que o meu casamento estivesse ameaçado. Eu e Júlio estivemos tão próximos nos momentos mais difíceis... Mas agora entendo o porquê de tantas separações em casos como os nossos. É que o sofrimento é tanto que a gente fica sem forças, sem saco para os defeitos do outro, sem vontade de ser tolerante. E o pior, não se importa com o que o outro pensa, se o outro também está cansado... Acho que é isso. Pelo menos é isso o que eu estou sentindo. Espero que seja só uma fase...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Smile

Sorri quando a dor te torturar e a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos, vazios
Sorri quanto tudo terminar quando nada mais restar
Do teu sonho encantador
Sorri...
Quando o sol perder a luz e sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados, doridos
Sorrir vai mentindo a tua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor que és feliz
Smile...

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Bonança

Ah... Dizem que depois da tempestade vem a bonança, não é?!?!?! Estou esperando... Estamos, não é amiga!??!?!

Olhar pra trás

É incrível olhar para trás e ver quanta coisa aconteceu. Passaram-se 34 anos da minha vida e aconteceram coisas que eu jamais sonhei viver. Achava linda a possibilidade de ter filhos gêmeos. Quando engravidei, quase não acreditei. Acreditei menos ainda quando soube que era um casalzinho: Heitor e Maria Júlia. Também não poderia esperar que depois de tanta felicidade, teria que viver sem eles e me conformar. Muito estranho. Não nascemos para ser felizes? Por que temos que enfrentar tantos sofrimentos? Nossa... olho ao meu redor e vejo muito mais gente sofrendo do que pessoas felizes. São perdas, doenças, frustrações... Viver não é brinquedo não. Gostaria que tivesse sido diferente, mas estou me convencendo de que o melhor que poderia acontecer aos meus filhos era viver apenas 15 dias. Afinal, o que representaria um beijo meu, diante de todas as dores que a vida pode nos causar, por anos e anos a fio. Palavras... a verdade é que queria estar com eles do jeito que fosse. Que me diga Paulina como é ter o pequeno Mateus em seus braços depois de tantos dias de angústia. Que me digam todas as mães que matam um leão por dia para dar o melhor aos seus filhos... Fiz tão pouco por eles. Aliás, não fiz nada! Uma mãezona... Será que terei outra chance???? Queria não querer... Acho que seria menos sofrido. Mas não consigo. Nunca saberemos quando todo esse sofrimento irá acabar... Só nos resta seguir e sonhar... Quem sabe seremos felizes???? Deus é quem sabe!!!!!

domingo, 2 de maio de 2010

Overdose

Uma criancinha feliz com sua família por vez, por favor. Assim eu aguento. Dezenas delas de uma vez, é demais para mim. Principalmente, tendo que comentar o meu drama. Não consigo disfarçar. Fingir que superei. Não, não superei. Tudo isso ainda me faz sofrer muito. Hoje, fomos a uma festinha de um menininho aqui do prédio. O que para muitos é um momento de diversão pra mim é um calvário. Tenho feito um esforço pra sair de casa por causa de Júlio, mas é sempre muito sofrido. Tá difícil. Aliás, essa semana não será fácil. Queria dormir a semana inteira... No próximo domingo, Dia das Mães, faz seis meses que os meus filhos se foram... Presentão!!!! Parece brincadeira. Lembro que ano passado, chorei na missa do Dia das Mães ao ver as mães serem homenageadas. Dias depois fiquei grávida e pensei que não iria mais sofrer nessa data. Ledo engano! Ledo engano!

sábado, 1 de maio de 2010

Conversa com Deus

"Feliz o homem que suporta a tentação. Porque, depois de sofrer a provação, receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que O amam", Tg 1,5. Tenho tentado viver essas palavras, ser paciente, esperar e confiar... Mas é difícil... Ao menor sinal de que algo vai sair diferente do que eu desejei, a tristeza me invade. É cansativo ter que me conformar... É cansativo tentar seguir o caminho reto e mesmo assim não ter garantias. Perdoa-me, Senhor. Mas conheces o meu coração...

domingo, 25 de abril de 2010

Seis meses

Hoje, faz seis meses do nascimento do Heitor e da Maria Júlia. Coincidentemente, foi em um domingo que eles nasceram. Não tive nem de perto aquilo que se chama de parto humanizado. Júlio que tanto planejava fotografar e filmar esse momento, não se lembrou sequer do celular. Me lembro que foi um dia extremo. Extremo pela situação, extremo pela coragem com que enfrentei tudo, extremo pela esperança. Tinha certeza de que Deus estava comigo. Queria dar a chance aos meus filhos de viverem. Tinha pavor de que, em virtude do meu medo, eles morressem na minha barriga. Por isso, não pestanejei. Me entreguei nas mãos de Deus. Na sala de parto, vi o dia amanhecendo e cantei "preciso de uma benção e não vou desistir. Sem ela eu não vou sair daqui. Só saio quando o Senhor me tocar". Até hoje, eu não desisti. Todos me dizem que Deus não me abandonou. Acredito nisso. Mas confesso que estou necessitando sentir o amor dEle de forma concreta. Coisas da minha pequenez... Assim como fiz no mês em que engravidei do meu casalzinho, pedi a Deus que permita que eu participe novamente desse milagre da vida. Fico imaginando, como estariam os meus filhos com seis meses. Como a minha vida estaria... Certamente, bem diferente. Júlio há muito tempo sonha em ter uma filha. Acho q ninguém queria a Maria Júlia mais q ele. E a nossa guerreirinha lutou por esse amor. Acho q ela só se entregou para ir com o Heitor, meu belo e sensível principezinho... Corta o coração ver os olhos do meu marido testemunhando o amor das menininhas por seus pais. Deus permita que nossa família possa viver isso. Só podemos pedir e aguardar o que Deus tem para nós. E é isso que temos feito.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Pequenez

Ontem, recebi uma excelente notícia. O pequeno Mateus, filho de Paulina, uma amiga do tempo do colégio, está vencendo a luta contra a prematuridade. Ele nasceu no dia 26 de fevereiro com 550gr, porque Paulina teve pré-eclampsia. Agora, ele já está com 1.320gr e respira sem aparelhos. Uma super vitória. Ela tb já se recuperou. Eu rezei por isso e até pedi a ajuda de Heitor e Maria Júlia nessa missão. Não gosto muito disso, dessa história de que tenho dois anjinhos intercedendo por mim. Desejo q meus filhos apenas se lembrem de mim e que um dia nos reencontremos. Não acho justo q eles fiquem lá no céu a postos, para me ajudar a realizar os meus desejos. Mas isso é outra história. O fato é que passada a euforia com os progressos de Mateus, me veio a pergunta: pq com eles deu certo e comigo não? Pq Deus não fez esse milagre por mim tb? Não tive inveja deles. Pelo menos isso. Mas queria ter vencido a minha luta. Queria ser uma pessoa "superior" e só ter pensamentos nobres. Mas sou pequena, uma verdadeira ignorante, que não consegue nem chegar perto de uma explicação para tamanha "tragédia". Tá... hj é outro dia. Já chorei minhas mágoas na terapia e estou melhor. Minha preocupação agora é identificar meu perído fértil... Com ou sem entendimento, a vida continua. Não tenho escolha. Só posso tentar ser feliz...

sábado, 17 de abril de 2010

Ansiedade

Quem já planejou uma gravidez sabe como é difícil controlar a ansiedade. Lembro que quando me planejava ano passado, os médicos diziam que era normal esperar até um ano para engravidar. Quem não quer, engravida de primeira... incrível!!!! Eu engravidei na quinta tentativa. Estava louca de ansiedade. As quatro tentativas que não deram certo foram frustrantes. Depois de viver tudo o que eu vive, é de se imaginar que dessa vez vou ficar ainda mais ansiosa. Júlio vai ter que ter paciência. O pobre sofre com o meu mau humor. Mas tenho procurado ajuda. Estou fazendo terapia e agora estou fazendo um curso de patchwork para ocupar a cabeça. A terapia já estou fazendo há três meses. O patchwork comecei agora. A terapia tem sido muito boa, tem me ajudado. Já o patch ainda é cedo para avaliar. Voltei meio deprê da primeira aula. Aconteceu tudo o que eu imaginava. É inevitável que perguntem se tenho filhos. É horrível responder: tive. Algumas pessoas dizem vc tem filhos. É claro que tenho, mas se eu digo tenho, as pessoas vão querer detalhes, nunca vão imaginar o que aconteceu. Quando perdemos nossos avós, nós dizemos: eu tinha uma avó que fazia bolinhos de chuva. Não é assim? Dizer que tenho filhos é esquisito. Ainda não encontrei uma forma de me referir aos meus pequenos Maria Júlia e Heitor, meu sonho bom...

terça-feira, 13 de abril de 2010

Solidariedade

Ainda nem sei porque criei esse blog. Primeiro, pensei em desabafar. Não iria nem divulgá-lo. Queria só escrever. Tinha tentado isso no Orkut, mas sempre que eu fazia um desabafo, alguém respondia e eu me envergonhava por estar sofrendo. Mas ao fazer o blog, senti que ele não faria sentido se não fosse compartilhado. Então resolvi divulgar para os meus amigos. Graças a isso, hoje recebi vários e-mails de pessoas que gostam de mim, solidarizam-se com a minha dor e querem me ajudar a recarregar as baterias. Foram várias as mensagens que me tocaram. Mas resolvi postar aqui um trecho da mensagem da Mariana, parceira de profissão e no desejo de ser mãe plenamente: "Entrego meus problemas para Deus porque confio nEle e aceito todas as provas que tenho que passar porque sei que um dia vou agradecer pelo crescimento que elas me proporcionaram". Que assim seja, Mariana!

PS. Percebi que assim como eu, meus amigos não são adeptos dos blogs. Em vez de comentarem aqui mesmo, a grande maioria resolveu mandar um e-mal. KKKK!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Causa

Já se passaram cinco meses e meio do meu parto prematuro e ainda não sei a sua causa. Alguns médico afirmam que tive ICC (incompetência istimo cervical). Isso quer dizer que o cólo do útero não suporta o peso de uma gravidez. Mas uma médica amiga da família não acredita nesse diagnóstico porque eu tive contrações, ou seja, o cólo não abriu do nada. A polêmica me deixa ainda mais insegura. Caso eu tenha a ICC, terei que fazer uma cirurgia chamada cerclagem com 12 semanas de uma próxima gestação. E se eu não fizer... o que irá acontecer???? Tenho procurado me cercar de bons médicos. Pretendo ainda ouvir outras opiniões. Vamos ver o que irá acontecer. Primeiro preciso engravidar novamente. Estou entrando em um novo ciclo.

História 1

Desde que eu casei, em 2005, desejava ser mãe. Mas decidi esperar um ano ou dois para começar a tentar. As dificuldades relacionada a trabalho me fizeram adiar um pouco mais esse sonho. No final de 2007, mudei de Recife para Brasília em busca de melhores oportunidades. Deu certo. Então me dediquei durante o ano de 2008 a preparar meu corpo para a missão. Suspendi o anticoncepcional, tomei as vacinas pendentes, essas coisas. Mas só no início de 2009 comecei a tentar. Em abril, uma médica diagnosticou ovário policístico, o que nunca foi comprovado. O fato que é ela me receitou um remédio para estimular a ovulação. No mês seguinte, estava grávida. Na primeira ultra, com pouco mais de cinco semanas descobrimos que eram gêmeos. Me senti radiante. Feliz como nunca imaginei. Como minha família tem muitos gêmeos, os médicos não acreditam que o remédio tenha sido o responsável por isso. Bom... comecei o pré-natal com outro obstétra, indicado por uma amiga, já que a médica anterior tinha decidido não acompanhar mais gestantes. Tudo ia bem. Tinha engordado bem pouco. Todos os exames estavam normais. Só sentia dores na bacia e por baixo do osso púbico. Mas o meu médico dizia que era normal.

História 2

A cada ecografia uma surpresa boa. Na morfológica de segundo trimestre, descobri que estava gestando um casalzinho. Meu sonho mais sonhado era realidade. Ficamos todos radiantes, eu, meu marido, meus pais, irmãos,minha sogra, tios e tias. Mas ficamos também um pouco preocupados porque, a minha filhinha estava tão embaixo, que o médico não conseguiu medir sua cabecinha, mas não disse que havia algo errado. Nessa época eu também estava perdendo um muco espesso e amarelado. O meu médico, sem me examinar, decidiu tratar como uma inflamação banal e passou um creme vaginal. Seu primeiro erro. Na madrugada do dia 18 de outubro de 2009, não dormi bem, sentido a barriga mexer muito. Durante o dia, conversando com minha mãe por telefone (ela mora em Recife), ela me alertou que, no caso dela, a perda do muco estava relacionada ao início do trabalho de parto. Então fiquei alerta e durante a madrugada percebi a barriga mexendo muito novamente e que as mexidas na verdade eram contrações. Fui para o hospital, mas achando que não era nada demais. Quando cheguei lá, a plantonista fez um toque e constatou que eu já estava com pouco mais de 3 cm de dilatação, apesar de não sentir dor. Fui internada e passei 5 dias tentando inbir o parto. No quinto dia, meu médico decidiu me mandar para casa, onde eu deveria permanecer em repouso até o fim da gravidez. Isso mesmo, ele me mandou pra casa apesar da dilatação. Seu segundo erro. Resultado, voltei na mesma noite para o hospital com um sangramento. Lá, disseram que o quadro era o mesmo e que meus filhos estavam bem. Voltei para casa. De madrugada - sempre de madrugada - voltei para o hospital. Dessa vez, já estava com quase 6 cm de dilatação. Então, segundo os médicos, não havia mais como evitar o parto. Nós estávamos completando naquele domingo, 25 de outubro, 25 semanas. Eu sabia que estava vivendo uma situação extrema, mas confiava que Deus cuidaria de tudo, apesar de o médico repetir inúmeras vezes que a regra era não dar certo e que aquele parto estar mais para um aborto. Nossa, ele fez o que já era difícil se transformar em um verdadeiro filme de terror. Como se não bastasse, diante da diminuição das contrações, ele decidiu fazer uma cesárea, mesmo sabendo a importânca de um parto normal para prematuros. Seu terceiro erro. Na verdade, ele não estava nem um pouco preocupado com os bebês. Tanto que chegou a cogitar induzir o parto com ocitocina. Só não fez porque os neonatologistas impediram. Eu confesso que estava totalmente passiva. Aquela situação fugiu totalmente de tudo o que eu poderia ter imaginado e me preparado. Então não me senti segura para opinar. Faria o que ele dissesse.

História 3

Heitor nasceu com 770gr e Maria Júlia com 600gr. Foram guerreiros. Nasceram respirando, o que deu muita esperança aos neonatologistas. Seis horas depois do parto, já estava eu na UTI visitando meus filhos. Senti um grande alívio ao vê-los. Apesar de todos os aparelhos, estavam vivos e os médicos me diziam que embora o quadro fosse grave, o desafio deles era a prematuridade, pois eles não tinha nenhum tipo de má formação. No dia seguinte, 36 horas depois do parto, tive alta. Meu médico não teve sensibilidade nem para perceber que eu precisava estar no hospital para facilitar as visitas na UTI. Aliás, ele queria apenas se livrar de mim. Não ter que me olhar nos olhos depois de tanta negligência. Meus filhos viveram por 15 dias. Em todos esses dias estive com eles, chorando, rezando, pedindo que Deus cuidasse deles, sonhando em sair daquele pesadelo. Os primeiros dias foram bons. Mas por ironia do destino, depois que eles começaram a receber o meu leite, através de uma sonda, no terceiro dia, tudo mudou. Eles não conseguiram digerir e começaram a piorar. O leite que na maioria dos casos funciona como um remédio, para meus filhos teve efeito contrário devido a prematuridade. Foi identificada uma infecção, tudo indica que de origem hospitalar, que os médicos nunca conseguiram eliminar. Meus filhos foram ficando cada vez mais debilitados, tomaram inúmeras transfusões de sangue e passaram por cirurgias no intestino. Primeiro a Maria Júlia retirou cerca da 40% do intestino por causa de uma enterocolite. Três dias depois foi a vez do Heitor. Embora cirurgia dele tenha sido menos agressiva, meu filho só resistiu por mais 48 horas. E a Maria Júlia que já tinha passado por mais de 72 horas, parece que sentindo a falta do parcerinho dela, se foi cinco horas depois do irmãozinho. Eles eram de fato uma dupla. Ninguém pode imaginar o que é receber a ligação de um médico no meio da madrugada informando a morte de um filho, ir lá, sentir o corpinho ainda quente, voltar para casa e horas depois receber a notícia da morte da filha e repetir o ritual. Uma hora você está cuidando da decoração do quartinho e na outra escolhendo a urna para sepultá-los. A dor é insuportável. Confesso que fui tomada por um profundo ódio. Questionei duramente Deus. Como Ele podia ter deixado isso acontecer comigo? Ainda não sei. Mas tenho me esforçado para aceitar tudo aquilo em que eu sempre acreditei, que Deus é misericordioso, que Ele sabe de todas as coisas e que meus filhos estão no melhor lugar em que poderiam estar. Não é fácil. Vez por outra me pergunto por que tanto sofrimento? Por que meus filhos não puderam viver um minuto de felicidade comigo, em vez de toda a aquela dor? Acho que só vou saber quando estiver com eles, junto com Deus. Enquanto isso sigo caminhando.

domingo, 11 de abril de 2010

Saudades

Escolhi essa foto para ilustrar o blog porque ela representa a minha felicidade. Estava com 22 semanas de gestação, posando para a foto em frente a parede pintada por Júlio para decorar o quarto dos nossos filhos. Essa foto representa a saudade da fase mais feliz da minha vida que foi interrompida de maneira abrupta. Uma fase que não volta. Mas quem sabe poderá ter uma nova versão.