terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Cadê o carnaval de Pernambuco que eu conhecia???

Depois de cinco anos morando em Brasília, este tinha tudo para ser o meu retorno com chave de ouro ao carnaval de Pernambuco. Desde o ano passado, que eu planeja isso. Embora já estivesse por aqui, em fevereiro de 2013, Sarah era muito pequena. Não tinha nem cinco meses de vida. Eu bem que me aventurei com os meus pimpolhos. A foto que ilustra a capa deste blog não me deixa mentir... Mas foi um carnaval muito light para uma foliã acostumada a trabalhar um expediente e enfiar o pé na jaca na outro, repetindo tudo no dia seguinte e ficar triste com a chegada da quarta-feira de cinzas. Não poder acompanhar o Eu Acho é Pouco, o Patusco, cantar “Olinda quero cantar a ti essa canção”, fizeram meus dias um tanto quanto pesarosos na Capital Federal. O meu único consolo era o Suvaco da Asa, da qual fui frequentadora assídua, né, Ana Flávia?!? Apesar de geografia do Planalto Central, era lá que eu matava a minha saudade do carnaval. Domingo passado, eu fiz o primeiro ensaio para a Folia de Momo. Acompanhei com meus filhotes e meu marido a prévia do Eu Acho é Pouco pelas ladeiras da Cidade Alta. Bom demais... Mas confesso que o carnaval nem começou oficialmente e eu já estou frustrada. Um dos grandes orgulhos do pernambucano - e embora eu tenha nascido no Rio de Janeiro, eu me incluo no grupo - foi fazer um carnaval popular, democrático e autenticamente de rua. Todo mundo enche o peito para dizer: “ a o carnaval de Salvador é privatizado, tem as cordas que separam as pessoas...”. O fato é que parece que o pernambucano foi contagiado pelo espírito “capitalista” e passou a enxergar a grande festa popular como um negócio. Não sou nenhuma inocente. Sei que isso é importante para o estado e blá, blá, blá. Mas é esta a fórmula que queremos vender para o mundo? Este ano só se fala em camarotes. Em vez de cordas, paredes é isso? E os preços? Ah... os preços são de deprimir qualquer um. Ou será que só eu sou assalariada, que tem mais contas para pagar do que dinheiro no banco? Em contrapartida, estavam ameaçando os batuqueiros de Naná Vasconcelos de ficarem fora da festa no Marco Zero, é isso mesmo? Sei não... Sinceramente, estava animadíssima, mas já não sei se a festa terá o mesmo brilho. Mesmo à beira dos 40, continuo preferindo o sol quente e o calor do povo, o empurra-empurra feliz, as longas caminhadas em busca de um taxi, a possibilidade de me divertir ao som de um ritmo diferente a cada 100 metros, seja em Olinda ou no Recife Antigo. Espero encontrar todos vocês pelas minhas andanças e depois da quarta-feira de cinzas poder dizer: estava enganada, o carnaval do meu Recife (leia-se Pernambuco) ainda é o melhor do meu país!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário