domingo, 10 de outubro de 2010

Reflexões que povoam a minha cabeça

Ana Júlia. Este é o nome do menor bebê que já nasceu no Brasil e sobreviveu. Ela agora está com cinco meses e pouco mais de dois quilos. Quando nasceu com 24 semanas de gestação tinha 350grs e a mãe teve eclampse. Uma história parecida com a de Paulina e Mateus e vitoriosa como a deles.

Parece que notícias como estas me perseguem. E doem. Claro que eu me alegro com a vitória dessa guerreirinha e da sua mãe. Sei exatamente como é a aflição de uma mãe que deixa um filho em uma UTI e tem que ir para casa ou aguardar em uma salinha um bebê tão pequeno passar por uma cirurgia. Ana Júlia passou por uma cirurgia no coração. Dá para imaginar o desafio dos médicos?!?! Mas não consigo deixar de lamentar o fato de os meus filhos não terem conseguido... Fico pensando: eles tinha o dobro do peso da Ana Júlia e não deu certo. Ela só tomou leite materno depois de um mês. Eles tomaram com três dias... Inevitável não comparar as histórias, os procedimentos médicos e os desfechos.

Para piorar, a infecção dos hospitais de Brasília por uma bactéria super resistente já é notícia nacional. Aí volta aquela história na minha cabeça. Meus filhos não tinham nenhuma má formação e estavam enfrentando bem a guerra contra a prematuridade até serem acometidos por uma infecção que nenhum antibiótico conseguiu eliminar... Será que eles foram as primeiras vítimas dessa bactéria?????

Completando os motivos que me levam a reflexões, ontem, fez onze meses da morte de Heitor e Maria Júlia. Vejo amigas que estavam grávidas na época planejando a festinha de um aninho dos seus pimpolhos e me pergunto: vou mandar celebrar uma missa de um ano de falecimento? Não sei.

É tudo muito doído. Vivo pedindo desculpas para o filhote que estou gerando por não conseguir ser feliz plenamente. Vez por outra me pego chorando. Pra ser bem sincera, quase todos os dias, pelo menos uma lágrima rola dos meus olhos. Como diz a música, “minha alegria é triste”.

Mas que ninguém imagine que Heitor e Maria Júlia têm mais importância do que esse novo bebê na minha vida. Não. O “problema” é esse. Com esse bebê, eu tenho uma perspectiva de vida feliz. Enquanto que com os meus primogênitos eu só tenho saudades... Confesso que acho que estou entrando na fase do medo de verdade. Tenho medo de que algo aconteça. Não aguento mais sofrer. Pensar que algo de ruim pode acontecer me enche de pavor. Queria ir ao médico todas as semanas, que a barriga crescesse muito e que os dias passassem logo para começar a sentir o meu filhote... Mas as coisas não funcionam assim. Estamos iniciando a 14ª. semana e no próximo sábado eu irei para uma nova consulta. Que até lá Deus me dê serenidade e cuide muito bem desse bebezinho que Ele me “emprestou”! Amém!

4 comentários:

  1. Oi Aline! Também vi a reportagem sobre a Ana Júlia e não foi possível segurar as lágrimas. Realmente não é fácil esquecer tudo o que passamos e nesses momentos tudo é reavidado. Queria também ter meu Mateus aqui do lado, assim como a mãe da Ana Júlia. A saudade é grande e muitas perguntas aparecem. Mas fico pensando: se questiono tanto, nego os desígnios de Deus para minha vida. E eu acredito firmemente nos cuidados Dele e peço que continue cuidando de mim, de nós, e dos nossos anjinhos, que hoje estão felizes, sem dor, e vendo a Deus face a face. Força! Deus te abençoe! Abraços, Flávia

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  2. A saudade vai ser eterna não é Aline?
    Mas a felicidade esta dentro de você de novo.
    Sonha de novo amada,tenha fé.
    DEUS te abençõe.

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  3. Sábias palavras, Flávia. Tenho me esforçado para vivê-las. Tenho fé de que um dia conseguirei viver essas palavras sem ter que me esforçar.
    Bjs e obg.

    Valeu tb, Angélica.

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  4. Amiga aprendi que a saudade é o amor que fica...
    E o seu amor pelos seus filhos será eterno...
    Mas tem o teu presente que vai chegar...
    E o assim vc poderá doar todo o teu amor...
    felicidades

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